O governo federal divulgou nesta sexta-feira, 6, dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sobre o desmatamento na Amazônia, Cerrado e Pantanal.
Em maio, o aumento foi de 92% em relação ao mesmo mês do ano passado, um reflexo que revela mudança no perfil das ocorrências, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA). O aumento tem a ver com os impactos dos incêndios em áreas de floresta provocados pela seca severa que afetou a região em 2023 e 2024.
Segundo disse o ministro substituto João Paulo Capobianco – a ministra Marina Silva está na França -, durante coletiva de imprensa, o aumento da área desmatada na Amazônia está diretamente relacionado ao avanço dos incêndios em florestas primárias, intensificados devido à seca prolongada e de forte intensidade registrada na região. “Uma situação sem precedentes históricos,” disse ele.
Segundo os dados divulgados, entre agosto de 2024 e maio de 2025, 23,7% dos focos de calor na Amazônia ocorreram em vegetação nativa, enquanto no mesmo período do ano anterior esse índice foi de 13,5%.
“O Brasil inteiro está sendo impactado pelo agravamento da mudança do clima, mas a Amazônia tem sofrido de forma particularmente intensa e impressionante”, avaliou Capobianco.
É preciso pontuar, contudo, que o ano passado a pasta, sem ainda ter informações sobre causas das ocorrências de incêndios florestais e sua relação com a seca, divulgou informações de que os incêndios eram criminosos, o que trouxe atritos com produtores rurais. O MMA pediu investigação da Polícia Federal, que acabou por flagrar alguns casos intencionais de incêndio.
No espaçamento de agosto de 2024 a maio deste ano, portanto quase um ano, a alta na taxa de desmatamento foi de 9,1%, segundo o Deter.
O Pantanal e Cerrado registram a manutenção na queda do desmatamento. No primeiro bioma, a redução no período foi de 74% em comparação ao mesmo intervalo entre 2023 e 2024. Em maio de 2025, a queda foi de 65% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
No Cerrado, a taxa de desmatamento caiu 22% no acumulado entre agosto de 2024 e maio de 2025, em relação ao ciclo anterior. Considerando apenas maio, a redução foi de 15% na comparação com o mesmo mês de 2024.
Com informações do MMA.