Dirigente do Incra acusado de desrespeitar regras sanitárias morre de Covid-19

Representações foram protocoladas no inicio de dezembro no MPT e Ouvidoria; dirigente se negava a providenciar ambiente de trabalho seguro. Na foto, em reunião, Tarso está ao fundo. Foto:Reprodução.

Caso aconteceu no RS; associação de servidores denunciou Tarso Teixeira ao Ministério Público.

Sob a acusação de desrespeitar as normas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus e de colocar a vida de servidores em risco, o presidente do Incra no Rio Grande do Sul, Tarso Teixeira, morreu na manhã desta segunda-feira (4), vítima da Covid-19.

Tarso foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho pela Associação de Servidores da autarquia porque se  recusava a adotar medidas sanitárias individuais e no trabalho, exigindo que os servidores trabalhassem sem segurança.  Ele também foi denunciado à Ouvidoria do Incra.

Tarso Teixeira tinha 69 anos, e era influente liderança ruralista no estado. Ele estava internado no CTI do Hospital das Clínicas, em Porto Alegre.

“Ele estava realizando um grande trabalho no instituto para regularização de terras no estado. Meus sentimentos aos familiares, amigos e a todos os colegas de trabalho,” disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

As denúncias contra o superintendente do Incra foram feitas no início de dezembro. A Cnasi (Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra) protocolou representações contra Tarso no Ministério Público do Trabalho e na ouvidoria do órgão acusando o então diretor de desrespeitar as normas sanitárias, não usar máscara e adotar os cuidados devidos no ambiente de trabalho, além de pressionar os servidores a retornarem ao trabalho presencial sem a segurança necessária.

As informações são do jornal Folha de São Paulo, que obteve a íntegra do ofício entregue ao Ministério Público e à ouvidoria.