A pressão da classe política do Amazonas para que a BR-319 seja incluída na lista de investimentos federais mediante sua pavimentação aumentou devido à seca que atinge praticamente todos os municípios do Estado. Com isso, a navegação nos rios está reduzida.
No começo de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como meio de contornar a eterna queda de braço entre a área ambiental e políticos do Amazonas e Rondônia que clamam pelo pleno funcionamento da estrada, anunciou a criação de um Grupo de Trabalho para estudar a viabilidade econômica da rodovia. No PAC, a revitalização da obra não foi incluída.
Passados pouco mais de dois meses, o GT não foi criado. Compromisso feito também pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que visitou Manaus no início de outubro junto com diversos ministros para ver as sequelas da estiagem que atinge o Amazonas e garantir algum apoio do governo federal.
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) participou da visita, e foi constrangida pelo senador Omar Aziz (MDB-AM), que sem meias palavras responsabilizou a ministra por boa parte do impasse em torno da rodovia, em decorrência de questões ambientais que ela, quando ministra pela primeira vez, sempre colocava como entrave para o asfaltamento.
Segundo o Ministério dos Transportes, o grupo será um Grupo Interministerial, e está a cargo da Casa Civil definir o decreto com os objetivos e nomes designados para a tarefa.
Enquanto isso não acontece, parlamentares da Amazonia criaram uma Frente Parlamentar em Defesa da BR-319.
No lançamento, dia 18 último, o deputado federal Fausto Santos Jr (União-AM), disse que a rodovia é um direito de ir e vir das mais de 300 mil pessoas que habitam o trajeto de 885 km da BR que liga Porto Velho (RO) a Manaus.