Enchentes: Governo do Acre decreta emergência na saúde pública

Entre os perigos trazidos pelas águas estão infecções como a leptospirose e dengue.
A enchente no Acre já afeta mais de 11 mil moradores. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp.

Agência Brasil e Blog

O governo do Acre decretou emergência em saúde pública diante do alto volume de chuvas que afetam o estado desde 21 de fevereiro. As cheias dos rios afetam 19 municípios. Em alguns locais há casas submersas.

Nas cidades de Brasileira e Jordão, por exemplo, o transbordamento registrou máximas históricas. Na capital Rio Branco, o nível do Rio Acre atingiu 17,52 metros no sábado,2. É a quinta maior marca da história. O recorde foi registrado no ano de 2015, quando chegou a 18,35 metros.

O decreto estabelecendo a emergência em saúde pública foi publicado na sexta-feira (1º) e vale por 180 dias. Nesse período, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) terá maior flexibilidade para direcionar recursos com o objetivo de atender demandas de saúde pública. A pasta também fica autorizada a tomar decisões que viabilizem a execução de medidas administrativas consideradas urgentes.

As enchentes podem trazer diversos riscos sanitários. Entre os perigos estão as infecções, como a leptospirose e a dengue. Além disso, a dificuldade de acesso a água e comida pode trazer impactos para a saúde.

Da mesma forma, a interrupção de tratamentos nas unidades Básica de Saúde das regiões afetadas gera preocupações adicionais. A longo prazo, os entulhos e destroços gerados aumentam o risco de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e cobras.

Segundo dados do governo acreano, ao menos 11 mil pessoas estão desabrigadas. Os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, devem visitar as áreas atingidas nos próximos dias.

O corpo de bombeiros continua atuando no resgate às famílias afetadas, em todo Estado. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) também atua nos municípios do interior, do Acre unindo forças e levando mais solidariedade à população, através do Grupo Especial de Fronteira (Gefron).

No sábado, o governador Gladson Cameli fez um sobrevoo às areas atingidas para avaliar ações estratégicas que podem ser adotadas além das que estão sendo empreendidas caso o rio continue a subir nos próximos dias.