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Ex-chefe da Aeronáutica disse à PF ter “certeza” de que não houve fraude na eleição

Brigadeiro Carlos Baptista disse que no dia 1º de novembro os comandantes das Forças Armadas pediram para Bolsonaro reconhecer o resultado da eleição.
A Polícia Federal investiga a invasão do Siafi. Foto: José Cruz.

Prestado em 17 de fevereiro à Polícia Federal , o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, foi liberado nesta sexta-feira, 15, integralmente, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro decidiu retirar o sigilo desse depoimento e dos demais prestados no âmbito da Operação Tempus Veritatis “em razão da divulgação incompleta das informações em publicações jornalísticas.” Ao todo são 250 paginas de depoimentos liberadas.

Além de dizer que se negou a endossar as estratégias de implementação de eventuais medidas para impedir a posse do candidato eleito, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o brigadeiro revelou que o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro falou das iniciativas em discussão – GLO, Estado de Sítio e Estado de Defesa – em reuniões, e perguntado pelos policiais se acreditava de ter havido fraude nas eleições presidenciais de 2022 o brigadeiro disse que não.

Carlos Baptista disse que, conforme os resultados obtidos pela Comissão de Fiscalização do Ministério da Defesa, “tem certeza de que não existiu qualquer fraude relacionado ao sistema eletrônico de votação,” registra o depoimento.

E de que teria “constantemente” informado ao então presidente Jair Bolsonaro a inexistência de “qualquer fraude no sistema eletrônico de votação.”

O brigadeiro disse também “não saber informar” por que o Ministério da Defesa não apresentou um relatório parcial do resultado do trabalho feito no primeiro turno das eleições, quando solicitado pelo TCU e TSE.

O brigadeiro Carlos Baptista disse ainda ao ser indagado pela PF que esteve após o segundo turno das eleições no Palácio do Planalto no dia 1º de novembro e em outras cinco ou seis vezes.

Na reunião do dia 1º de novembro, ele o general Freire Gomes (Exército), almirante Almir Garnier (Marinha), ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o advogado-geral da União Bruno Bianco fizeram ver ao presidente Bolsonaro que não havia ocorrido fraude nas eleições, “os testes não detectaram irregularidades, sendo preciso reconhecer o resultado das eleições com o o objetivo de acalmar o país. “

Ele confirmou aos policiais que considera a orientação dada pelo general Braga Netto para “sentar o pau” nele, ou seja, promover ataques, ao fato de discordar de uma tentativa de golpe de estado.

Disse ainda que a deputada Carla Zambelli teria não apenas o interpelado para “não deixar o presidente Bolsonaro na mão,” mas que o ministro da Defesa, Paulo Nogueira, teria lhe dito ter sido provocado pela deputada no mesmo sentido.