Farra nos conselhos de estatais eleva salário de ministros para R$ 75 mil

Matéria do jornalista Vinicius Valfré aponta substituição de ao menos 52 nomes.
Mudança na política de reajuste do minimo deve ser confirmada por Lula. Foto: Marcelo Camargo/ABr.

Com informações de O Estadão

O desajolamento de conselheiros de estatais nomeados por Jair Bolsonaro foi uma providência rápida do governo Luiz Inácio Lula da Silva, agindo para substituir, naturalmente, 52 membros de conselhos de administração de ao menos 14 empresas públicas. Matéria do jornalista Vinicius Valfré, de O Estadão, mostra que a indicação de ministros, a maioria petistas, para estes cargos, eleva o salário para até R$ 75. 600 ao mês.

O conselho de administração de Itaipu, para cuja presidência Lula da Silva mandou Gleisi Hoffmann, presidente do PT, oferecer ao partidário Roberto Requião, do Paraná, é um dos preferidos da turma. São conselheiros da empresa, indicados pelo Presidente da República, segundo Valfré, a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade, e cinco dos 37 ministros: Fernando Haddad (PT), Rui Costa (PT), Alexandre Silveira (PSD), Esther Dweck e Mauro Vieira. Para participar de uma única reunião, segundo o jornal, o ganho é de R$ 34 mil.

Vale lembrar aqui que Requião, ex-senador do MDB, chutou a porta, publicamente revelando ter se sentido humilhado com a oferta, pois julga que, com seus préstimos ao partido, merecia a presidência da Itaipu Binacional. Ele não aceitou a presidência do Conselho, ainda denunciou a existência de uma suposta irregularidde com uma empresa da epoca da Lava Jato, e em suas redes sociais faz críticas ao governo.

Valfré revela que ao procurar saber o valor atualizado da remuneração de conselheiro de Itaipu, a companhia, sob o pretexto de obedecer a políticas e princípios de segurança nacional e patrimonial, negou o dado. O valor de R$ 34 mil divulgado pelo repórter foi informado ao Estadão no final de fevereiro, quando o conselho de administração ainda contava com membros do governo anterior.