Fraudes no INSS: Comissão de Fiscalização quer explicações do ministro da Previdência

Senador dr. Hiran diz que por ter indicado Stefanutto e pela gravidade das fraudes no INSS, o ministro da Previdência Carlos Lupi precisa dar explicações.
Presidente da CTFC, senador Dr. Hiran. Foto: Marcos Oliveira.

Um requerimento formal, ainda pendente de aprovação pelo colegiado, apresentado pelo presidente da Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado Federal dr. Hiran logo após a realização da Operação Sem Desconto, que desbarata fraudes com dinheiro de aposentados e pensionistas, convida o ministro da Previdência Carlos Lupi a dar esclarecimentos sobre a atuação do INSS, que teve a cúpula toda afastada em decorrência da investigação policial.

Lupi declarou na coletiva  de imprensa realizada para esclarecer pontos da Operação Sem Desconto que ele é o único responsável pela indicação de Alessandro Stefanutto, inicialmente afastado do cargo de presidente, e posteriormente demitido. Lupi o elogiou, inclusive.

Servidor do INSS, Stefanutto é um dos que sofreram ação judicial que envolveu o cumprimento de 211 mandados de busca, sequestros de bens e prisão temporária em 13 estados mais o DF.

Segundo a apuração da CGU, que no ano passado produziu auditorias e constatou descontos ilegais por parte do INSS em convenio com entidades associativas, mais de R$ 6 bilhões foram desmontados de 2019 a 2024, a maior parte no atual governo Lula 3 (supera R$ 4 bilhões).

As auditorias constataram que a maior parte dos beneficiários não autorizaram qualquer tipo de desconto. Uma das auditorias constou da entrevista in loco com 1300 aposentados e pensionistas, e boa parte deles só soube dos descontos no dia da entrevista, segundo Vinicius Carvalho, ministro da CGU.

Segundo Dr. Hiran, há falhas evidentes nos mecanismos de controle do próprio INSS e indícios do envolvimento direto de servidores da autarquia na manutenção do esquema. E, por Alessandro Stefanutto ter sido uma indicação do ministro Lupi, se faz necessário ouvi-lo no Senado.

“Diante da gravidade dos fatos, do vultoso prejuízo estimado aos aposentados e da responsabilidade administrativa sobre os atos praticados, é imprescindível que o ministro venha a esta Comissão esclarecer o que sabia, o que fez e o que pretende fazer”, diz  trecho do requerimento.