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Incrível! Marcelo Queiroga permanece como estagiário na Saúde

A política sem grandeza praticada no Brasil deixa prosperar um governo negacionista.
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde. Foto: Divulgação.

É da natureza da extrema direita desorganizar, gerar o caos.

Estou boquiaberta. O escolhido para suceder o general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde não passa de estagiário.  Sem ter sido nomeado de fato e de direito ministro, fica para cima e para baixo com o general que balançou mas ainda não caiu. A brincadeira de ser ministro completa uma semana.

Secretários de estado da Saúde dizem que “absolutamente ninguém” toma decisão sobre alguma coisa, e há seis meses os técnicos da pasta foram “impedidos de pactuar contratos, o que era rotineiro.”

Não há ponte com os estados e municípios, não há diálogo.

Por que a demora na formalização da demissão?

O governo descobriu, vejam só, que Marcelo Queiroga é sócio administrador de duas clínicas de cardiologia. Elas são Cardiocenter Centro de Diagnóstico e Tratamento das Doenças Cardiológicas. Por isso, não pode assumir cargo publico até resolver esta situação. Está na lei. Só agora descobre isso?

Já o general Pazuello está acuado por investigação de omissão em Manaus, omissão na providência que deveria ser ágil na aquisição de vacinas e muito mais. Ao processo de investigação será acrescentado, imagino, a denúncia surgida na semana passada do Conselho Nacional de Saúde (CNS) de que em agosto teve cancelamento para a compra de medicamentos para o kit intubação, sem nenhuma explicação, ficando aqui minha estranheza: Por que só agora a acusação? Não justifica evidenciá-la apenas no instante em que o alarido da falta de medicamentos está posto.

E nesse ponto é que se dá também o atraso para a nomeação de Queiroga. Para reduzir dandos em cima de Pazuello, e de quebra em seu governo, Bolsonaro tenta uma acomodação privilegiada para o auxiliar exonerado.

Pau mandado do presidente, o omisso e incompetente general não tinha ainda nem assinado o contrato com a Janssen e Pfeizer quando seu sucessor foi escolhido. Na segunda-feira passada, o dia D da substituição de Pazuello, ele declarou ter assinado os contratos, o que efetivamente só ocorreu na sexta-feira, 19. A mentira é tônica do governo, um governo mitômano desde o início.

Veja Paulo Guedes, recentemente. Disse que o ex-ministro Mandetta tinha 5 bilhões de reais para comprar vacinas e não comprou. Nem existia vacina ainda! Claro que Mandetta respondeu à altura. Este é um governo que não tem o menor pudor em mentir sobre tudo e todos, que leva às últimas consequências a prática de fake news.

Por que manter a saúde acéfala em plena pandemia?

Porque é da natureza da extrema direita desorganizar, gerar o caos. Não se trata apenas de falta de competência para checar a vida do médico que sucede o general.

Só cegos não querem ver, e a política sem grandeza praticada no Brasil deixa prosperar um governo negacionista, chefiado por alguém sem a mínima condição de ocupar a presidência da República, que nas lives semanais encena o circo de horrores, com louvação a armas e mortes.