A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 27, três requerimentos do deputado Evair de Melo (PP-ES) para ouvir ministros do Governo Luiz Inácio Lula da Silva sobre a atuação da primeira-dama Rosangela Silva, a Janja.
Inicialmente o pedido foi para convocação, mas mudaram em acordo com a base do governo para convite. São convidados Márcio Macêdo, chefe da Secretária-geral da Presidência da República; Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais e Rui Costa, ministro da Casa Civil “para prestar esclarecimentos sobre as notícias relacionadas à possibilidade e competência da primeira-dama em assumir a agenda presidencial.”
“Isto porque Lula deve realizar cirurgia no quadril no próximo dia 29 de setembro. Durante a recuperação, que deve durar cerca de 1 mês, a primeira dama Janja da Silva deve assumir a agenda presidencial. Nesse período, a primeira-dama Janja assumirá a agenda do petista, o que tem provocado tensão nos ministros de Estado, sobretudo os que não são tão próximos da mulher de Lula,” diz trecho do requerimento do deputado Evair.
O parlamentar anota que Rosangela Silva não possui um cargo formal dentro da estrutura do governo.
“Apesar disso despacha de seu gabinete, participa de reuniões estratégicas e acompanha Lula nas viagens presidenciais. Sem cargo algum, a primeira dama segue atuando e gastando o dinheiro público.”
Líderes de partidos de oposição ao governo tem manifestado que a atuação de Rosangela Silva é inconstitucional por assumir compromissos e representar o Brasil em agendas que são próprias do presidente da República, como agora, anunciar medidas no Rio Grande do Sul, divulgadas pela imprensa.
O colegiado aprovou outros três convites aos ministros: Paulo Pimenta (Secom), para falar de gastos com publicidade oficial; Flávio Dino (Justiça e Segurança), que vem sendo criticado por não tem até agora um plano de combate à prevenção e enfrentamento da criminalidade; e Esther Dweck (Gestão e Inovação) para debater reforma administrativa, termo rejeitado por ela durante entrevista ao Estadão.