Lentidão da justiça gera mais uma impunidade: Maurão esta solto

Deputado que presidiu legislativo de Rondônia participou de esquema de desvio de recursos por folha paralela. Magistrado do STJ disse que os crimes dos quais foi acusado prescreveram.
Ex-presidente do Legislativo de Rondônia, deputado Maurão de Carvalho. Foto: Divulgação/ALE.

Por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta sexta-feira, 23, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO), Maurão de Carvalho, foi solto. Ele estava preso há três meses, segundo o portal G1.

O motivo principal da decisão é: o crime prescreveu.  Já se passou muito tempo desde o início do processo, e a Justiça – lenta quase parando – perdeu o direito de puni-lo.  O relator do caso no STF foi o ministro Rogério Schietti Cruz, que concedeu o habeas corpus e declarou extinta a punibilidade de Maurão de Carvalho.

No entendimento do magistrado, houve “constrangimento ilegal” na determinação da prisão, uma vez que não foi reconhecida a prescrição entre a data de recebimento da denúncia (07/11/2011) e o segundo julgamento da apelação (08/08/2024).

O ex-parlamentar do PMDB foi preso dia 12 de fevereiro deste ano, em Porto Velho, por peculato (que é quando alguém se aproveita do cargo público para desviar dinheiro) e lavagem de dinheiro.

Sob seu comando, praticamente toda a Assembleia Legislativa de Rondônia, formada por 24 deputados, desviaram no esquema de contratação fictícia pouco mais de R$ 11 milhões, entre 2004 e 2005. Foram apanhados pela Operação Dominó em 2006.

Centenas de pessoas foram contratadas como servidores, mas não exerciam nenhuma função. O dinheiro do salário era repassado para o grupo criminoso.

Maurão foi condenado somente em 2019, no Tribunal Pleno do TJ-RO. A pena inicial incluía cerca de um ano por formação de quadrilha. O réu recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça.