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Lula crê em “espetáculo do crescimento,” e diz que analistas irão errar previsões feitas

Presidente Luiz Inácio Lula disse estar convencido de que "vamos colher um sucesso extraordinário no Brasil."
Presidente Luiz Inácio criticou, de forma irônica, o foco da Fazenda no superávit primário.

Em café da manhã com jornalistas nesta terça-feira, 23, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “a economia vai crescer mais do que todos os analistas, sem distinção, dizem” ao rememorar encontro no final do ano com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional Kristalina Georgieva.

A previsão do FMI é de 2,2% de crescimento este ano, e de 2,1% em 2025, mesma expectativa divulgada pelo Ministério da Fazenda no início de março.

“Eu falei para ela, você outra vez vai errar, porque o país vai crescer mais do que todos os analistas, sem distinção, dizem,” disse o presidente, contando ainda episódio de 2004, no primeiro mandato, quando em São Bernardo (SP) falou que o país ia começar a assistir “o espetáculo do crescimento,” e ele teria recebido muitas críticas do mercado e da imprensa pelo “excesso de otimismo.”

“O dado concreto é que a economia cresceu 5,8% naquele ano e ninguém pediu desculpas para as críticas que tinham feito,” registrou.

O presidente acredita que conseguirá um novo “espetáculo do crescimento” com medidas adotadas até o momento, como as de segunda-feira, 22, que injetará microcrédito e renegociação de dívidas para as camadas mais pobres da população.

“Possivelmente foi a última proposta que a gente anunciou; agora todo mundo que plantou terá que colher, e a nossa tarefa é esperar para saber o tamanho da safra que vamos colher. Não temos uma Conab política para fazer uma avaliação da produção até o final do ano. Mas estou altamente convencido de que nós vamos colher um sucesso extraordinário no Brasil,” disse Luiz Inácio Lula da Silva.

“O que fizemos ontem (segunda, lançamento do Acreditar) foi fazer com que a roda gigante possa funcionar envolvendo a grande maioria do povo brasileiro. Junto com o Desenrola é o mais importante programa para fazer com que o crédito chegue nas mãos das pessoas,” disse.

“As coisas estão acontecendo no Brasil, e posso desafiar vocês a estudarem o que aconteceu no Brasil nos últimos 14 meses. Vão constatar que nunca antes na história do país houve uma quantidade de políticas de inclusão social colocadas em pratica, algumas que tinha desparecido e outras que estão voltando agora. Encontramos um país muito desarrumado, com muito ministério tendo que repor parte dos funcionários que tínhamos em 2010,” registrou, fazendo críticas ao foco no superavit primário (o resultado das receitas menos as despesas do governo, sem contar o pagamento de juros da dívida pública).

Com ironia, o presidente disse que “tudo no Brasil é gasto” e “a única coisa que parece investimento é o superávit primário”, em referência ao esforço para deixar as contas públicas equilibradas.

“Nós semeamos a terra, plantamos a semente, adubamos, cobrimos a terra e agora é para colher. Vocês ficarão surpresos com o que vai acontecer no Brasil nesse tempo,” reiterou o presidente, citando dados da indústria automobilística que ampliou a venda de carros, o que segundo ele não acontecia há 15 anos.