O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz a 12ª troca ministerial em seu governo ao demitir a ministra das Mulheres Cida Gonçalves e nomear para o posto a petista Márcia Lopes, 67 anos, ex-ministra do Desenvolvimento Social do segundo mandato do líder do PT. A mudança ocorreu nesta segunda-feira, 5, no Palácio do Planalto.

A exoneração e nomeação devem ser publicadas em edição extra do Diário Oficial desta segunda-feira.

Márcia Lopes é filiada ao PT desde 1982, e já foi vereadora. É irmã de Gilberto Carvalho, que também ocupa cargo no governo, e foi durante os dois primeiros governos de Lula o chefe de gabinete da Presidência da República, ocupando a secretária-geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma Rousseff.

Cida Gonçalves sofreu denúncias de assédio moral e, por isso, sua situação passou a ficar insustentável no governo.

Segundo o jornal Correio Braziliense, o Ministério das Mulheres já foi denunciado 39 vezes por assédio, entre os períodos de 1º de janeiro de 2024 e 1º de maio de 2025. São denúncias anônimas, feitas pelo Canal Resolveu, da Controladoria Geral da União (CGU). Do total, 23 reclamações referem-se a assédio moral e sexual.

Quando prestou depoimento ao Conselho de Ética da Presidência da República sobre um caso de racismo, no qual ela teria oferecido apoio financeiro ao projeto político de uma colaboradora para que ela não fizesse a denúncia, Cida Gonçalves disse que costumava interromper sua agenda para atender a primeira-dama Janja da Silva, o que gerou incômodos no governo.

Na mesma ocasião, ela disse que não atendia os ministros Alexandre Padilha e Márcio Macedo, respectivamente o então ministro de Relações Institucionais e secretário geral da Presidência.