Lula é vaiado na Marcha dos Prefeitos mais de uma vez

Coordenador do evento, Paulo Zulkosky, pediu a Lula para que a divida de municípios com o INSS tenha o mesmo tratamento dado aos Estados.
Presidente Lula anunciou medidas na área da moradia e saúde. Foto: Fabio Pozzebom/ABr.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ser vaiado na Marcha a Brasília em Defesa dos Prefeitos, a XXVI que acontece na capital federal até o dia 22 de maio. No ano passado, ele foi vaiado, mas também aplaudido, da mesma forma que agora. A participação do presidente ocorreu nesta terça-feira,20, no Centro Internacional de Convenções do Brasil.

A Marcha dos Prefeitos é promovida anualmente pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), e representa um dos maiores encontros políticos com prefeitos de todo país, que anualmente apresenta as autoridades do Congresso e do Executivo uma pauta municipalista.

Lula foi vaiado quando subiu ao palco. Uma segunda vaia veio durante o discurso, quando o presidente falava sobre a importância da união entre os partidos, e disse que sem distinção ele tem atendido todos os prefeitos.

Uma política de crédito para reforma de moradias e outra para garantir o acesso de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a médicos especialistas, que havia sido anunciada pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde) no mês passado, foram apresentadas pelo Presidente. O governo, para possibilitar esse acesso, vai estabelecer parcerias com a rede privada de saúde.

O presidente da CNM, Paulo Zulkosky, apontou a preocupação com a “doideira” de existir 450 projetos no Senado e Câmara criando pisos salariais. “Temos que abrir os olhos; os parlamentares querem votos dos grupos, das categorias, e quem vai pagar a conta somos nós,” declarou.

Ao presidente Lula ele pediu o mesmo tratamento dado aos Estados para equacionar a dívida de R$ 170 bilhões dos municípios com o regime do INSS. Zulkosky disse que desse valor, R$ 40 bilhões vem da Bahia, onde há município que arrecada R$ 100 milhões ao ano, e a dívida com o INSS é de R$ 200 milhões. A base da correção da dívida reivindicada é a adoção do Índice de Preços ao Consumidor (INPC) e mais 2%, parâmetro concedido aos governos estaduais.

Participaram do evento o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e os ministros Rui Costa, da Casa Civil e Gleisi Hoffmann, da Secretaria das Relações Institucionais.