Lula enfraquece as mulheres, abraça o capeta na Câmara mas a culpa é do povo

Há evidente pouco caso de Lula em ter mais mulheres na formação ministerial da Esplanada em Brasília.
Ana Moser perde o cargo para Fufuca, o deputado que pediu impeachment de Dilma Rousseff. Foto: Divulgação.

A segunda ministra a entrar na guilhotina de Luiz Inácio Lula da Silva para atender o centrão é a ex-atleta Ana Moser, do Ministério do Esporte. Agora anabolizada, já que vai agregar a Secretaria Nacional de Apostas, a pasta deve ir para o PP e ficará sob o comando do deputado André Fufuca.

Caso verdadeiramente assuma, Fufuca passará a integrar a lista de sete ministros golpistas que pediram ou defenderam o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.  Colunistas de Brasilia dizem que Ana Moser será demitida no estilo da primeira mulher exonerada, Daniela Carneiro (Turismo).

A acomodação do novo ministro de Turismo foi sendo costurada aos poucos com o centrão comandado por Arthur Lira para que o contrato da transação saisse a contento.

Era o marido de Daniela que se expressava por ela na mídia, e chegou a ser constrangedor o movimento constante do prefeito de Belfort Roxo (RJ) Waguinho nos salões do Palácio do Planalto para tratar da situação.

Ana Moser é da cota de Lula da Silva, não tem partido a protege-la ou escorraça-la mais rapidamente, e tenho para mim que o brio que reveste os atletas a impedirá de aceitar toda uma encenação até que o último ato seja consumado.

A troca troca antecipada antes do final do ano ou começo do seguinte, periodo em que naturalmente são feitos ajustes ministeriais, atende ao apetite do centrão e também à maneira errática do governo de resolver apressadamente velhos estrategemas do poder no balcão do Congresso, que consiste em entregar anéis e também os dedos em nome da chamada governabilidade.

Que o Brasil inteiro não sabe para que é exigida. Porém, percebeu há muito que o preço a se pagar é altissimo, cada vez mais altissimo. De pronto é preciso dizer que a legitimidade de um governo para empreender transformações se firma com as condições dadas pela governabilidade, mas é publico e notório que Lula e PT não são reformistas, nada de mudança estrutural propõem ao Brasil, é zero, zero projeto para o país que é o  segundo mais desigual  do mundo.

É populismo, muita garganta e pouca ação. Veja-se o caso dos juros altos. Nenhuma atitude concreta adotada, e há receita de como fazer.

O vácuo da falta de norte coloca a nau governista em sobressalto permanente a cada votação necessária na Câmara dos Deputados. Na campanha eleitoral, nenhum investimento partidário foi depositado nas caras peças publicitárias para alertar à população sobre a importância de eleger legisladores afinados com o ideário do candidato majoritário.

E, agora, a militancia de seita culpa o povo pelo Congresso eleito e “esquece” que a decisão do governo de abraçar o capeta na Câmara dos Deputados ocorreu por vontade de Lula ainda na transição. Falta de projeto e de direção. Pragmatismo à excelência do diabo.

A guilhotina continuará para abrir espaço para o Republicanos. Especula-se um remanejamento de Márcio França (PSB) da area de Portos e Aeroportos para outra area, talvez o novo ministério, de Micro e Pequena Empresa, esvaziando a pasta do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Rita Serrano, funcionária de carreira, sairá da presidência da Caixa Economica Federal, dando lugar para a aliada de fé de Arthur Lira, a ex-deputada Margarete Coelho, ela que deu um empurrãozinho bom para Lula ao emendar a lei de estatais ainda na transição para permitir que Aloizio Mercadante assumisse o BNDES. Governabilidade é isso aí.

Aliás, até onde sei Mercadante nem poderia assumir. Somente quando o Senado Federal votasse a mudança feita pela Câmara.

E como Lula da Silva disse no segundo turno, salvo engano em debate da TV Bandeirantes, que não poderia se comprometer com um ministério paritário, é provável tomar corpo a especulação de que a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação Luciana Santos seja também defenestrada.

Há evidente pouco caso de Lula em ter mais mulheres na formação ministerial que hoje ocupa a Esplanada em Brasília.

É um governo de urdidas narrativas e movediças ações, ruinosas como um castelo de areia.

Em tempo: não vi nenhuma feminista luloafetiva (alô Madeleine Lacksco) se solidarizar com Ana Moser. Nem antes com Daniela. Nem verei possivelmente com Luciana, se ela for embora mesmo.