Levantamento do site Poder360 mostra que dos 37 ministros nomeados pelo presidente Lula da Silva (PT), sete se manifestaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, ocorrido com total obediência ao rito procedimento do Congresso Nacional, com amplo direito de defesa, e supervisionado em todas as etapas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula tem recorrido à narrativa ideológica de taxar o impeachment de golpe, mais recentemente, na Argentina, chegando ao absurdo maior de chamar de golpe de Estado. O que seria um crime, tratando-se da derrubada por meios violentos e coação da chefia de poderes, o que definitivamente não foi o caso.
“Depois de um momento auspicioso (jamais cita a recessão deixada por Dilma) de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado,” declarou o petista na segunda-feira, 23.
Os sete ministros “golpistas” de Lula são: o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSD); Marina Silva (Meio Ambiente); Simone Tebet (Planejamento); José Múcio (Defesa); Jucelino Filho (Comunicações); Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca).
O levantamento do Poder360 tem por base manifestação e posicionamento dos integrantes do governo hoje a partir da abertura do processo na Câmara dos Deputados, em dezembro de 2015, até a decisão que afastou Dilma, no Senado, em agosto de 2016.
O ex-presidente Michel Temer, que era vice de Dilma, foi chamado de golpista pelo presidente Lula na campanha e agora, no dia 25, durante visita do petista ao Uruguai.
“Tudo que fiz de política social durante 13 anos de governo foi destruído em 7 anos. Três do golpista Michel Temer e 4 do governo Bolsonaro”, afirmou Lula, rebatido pelo emedebista no Twitter.
O governo vem recebendo criticas porque até o site do Palácio do Planalto chama agora o impeachment de “golpe”, mesmo com todo o rito sendo respeitado, com 180 dias de defesa para Dilma, que inclusive ganhou os direitos políticos para concorrer no pleito seguinte, uma clara violação à Constituição Federal.
Segundo o site Poder360, ao anunciar a mudança no comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em 13 de janeiro, o texto oficial afirma que o Conselho Curador da empresa estatal de notícias foi cassado “após o golpe de 2016″.