No primeiro dia da agenda oficial em Pequim, na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de quatro audiências com executivos de empresas chinesas dos setores de energia sustentável e defesa. O investimento de US$ 1 bilhão na produção de SAF (combustível renovável para aviação), por meio da Envision Group, multinacional chinesa sediada e Xangai, foi resultado dos encontros. As informações são do Palácio do Planalto.
A criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em parceria entre a Windey Technology e a Senai Cimatec na área de energia renovável é outra parceria definida.
“O presidente atendeu separadamente várias empresas que vão investir no Brasil, fazer parcerias com instituições brasileiras, montar centros de pesquisa, e gerar desenvolvimento de tecnologia na área de energia”, disse o ministro Rui Costa (Casa Civil), que integra a comitiva, no final dos encontros.
O combustível de aviação (SAF) será produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil. É uma alternativa ao combustível aeronáutico de origem fóssil, produzido a partir de matérias-primas e processos que atendam a padrões de sustentabilidade.
“Nós assinamos aqui um centro de P&D com a SENAI CIMATEC na área de energia renovável”, disse o ministro Rui Costa. “Todas essas sinergias buscam fazer parcerias na área de desenvolvimento tecnológico, incluindo formação de talentos e a instalação de centros de pesquisa e produção no Brasil.”
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o presidente está na China para, mais uma vez, fortalecer a relação bilateral “tão fundamental para o desenvolvimento e para a convergência de ambos os países”. Segundo Silveira, outros investimentos devem ser anunciados ainda durante esta visita de Estado.
No primeiro encontro com empresários, o presidente Lula recebeu o presidente do grupo automotivo GAC, Feng Xingya. Em seguida, reuniu-se com o presidente do Conselho da Windey Energy Technology Group, Chen Qi. A empresa lidera a pesquisa, o projeto, a fabricação e a manutenção de turbinas eólicas de grande porte na China.
A terceira audiência foi concedida a Cheng Fubo, CEO da Norinco (China North Industries Corporation). A estatal chinesa opera na indústria de defesa, além de projetos voltados à infraestrutura, como construção de rodovias, ferrovias, usinas hidrelétricas e estações de tratamento de água. O CEO da Envision Group, Lei Zhang, com quem foi acordado o investimento de U$ 1 bilhão, foi o quarto e último encontro empresarial.
Comércio com a China
Dados divulgados pelo Planalto, apontam que desde 2009 a China é o maior parceiro comercial do Brasil. A partir da visita do presidente Lula à China pela primeira vez, em 2004, o comércio bilateral cresceu mais de 17 vezes, e chegou, em 2023, ao recorde de US$ 157,5 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 104,3 bilhões, importações de US$ 53,1 bilhões e superávit para o Brasil de US$ 51,14 bilhões.
As exportações brasileiras para a China foram superiores à soma das vendas do país para os Estados Unidos (US$ 36,9 bilhões) e para a União Europeia (US$ 46,3 bilhões).
Com informações do Palácio do Planalto.