O ministro Carlos Lupi (PDT) pediu demissão do ministério da Previdência na tarde desta sexta-feira, 2, em meio à crise dos descontos não autorizados de aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por meio de entidades associativas que mantinham Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com a instituição previdenciária.
“Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade”, afirmou em sua conta da rede social X. “Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso.”
O PDT continua na base do Governo. O presidente Lula convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE), atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro.
Carlos Lupi não é investigado pela Polícia Federal, mas desde que a Operação Sem Desconto veio a público, há uma semana, ele vem sofrendo fritura por sua omissão, que ele nega, apesar de ter dito que sabia de tudo mas demorou para agir.
Apesar de Lula bancar sua permanência, diante da críticas da oposição e do assunto não sair da imprensa, agravados pelo temor da CPI do INSS, que obteve mais de 180 assinaturas na Câmara dos Deputados, o governo começou a cogitar seu afastamento do cargo, considerando ainda que Lupi não teria reagido ao esquema de fraudes de forma enérgica.
Para o PDT, Lupi vinha sendo frito por integrantes do Governo. O partido chegou a cogitar em deixar o Governo. O ministro se sentiu desconfortável em razão de sequer ser consultado sobre a substituição do presidente do INSS, uma decisão unilateral de Lula. Embora não tenha sido listado como um dos investigados no esquema, Alessandro Stefanutto, o ex-presidente, foi demitido a pedido de Lula, após ter recebido elogio de Lupi.
Lupi já se reuniu durante a tarde com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).