Informações de O Eco e Agência Brasil
A morte de mais de 100 botos cor de rosa no Lago Tefé, Estado do Amazonas, foi registrada pelo site ((O)) Eco. De acordo com a divulgação, somente na quinta-feira foram contabilizadas 70 novas mortes de botos e tucuxis no lago. Ambientalistas e moradores da região se mobilizaram para uma força-tarefa na tentativa de salvar animais.
Ao todo, segundo pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, foram contabilizadas 110 mortes a partir de um evento incomum notado nas águas que banham a cidade de Tefé, no Amazonas.
((O)) Eco informa que a pesquisadora Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, anunciou uma força tarefa montada entre vários órgãos para descobrir a causa da morte dos botos.
Existe a avaliação de que a seca, o calor e a temperatura da água certamente estão relacionadas com o ocorrido. “Várias possibilidades já foram aventadas, mas o calor, a seca, certamente tem a ver com o que aconteceu. Se foi o calor propriamente dito, algum tipo de hipertermia, nós ainda não sabemos. Minha teoria é que o calor tenha potencializado alguma outra coisa na água”, explicou a pesquisadora ao ((O)) Eco.
A corrida é contra o tempo. Segundo análises prévias, o lago Tefé conta com uma população de cerca de 900 botos-rosa (Inia geoffrensis) e cerca de 500 tucuxis (Sotalia fluviatilis).
Como a taxa de reposição da espécie é de cerca de 5%, uma perda de 110 indivíduos em tão curto tempo traz grande impacto na população local. 80% dos animais encontrados mortos eram botos-rosa.
“Acho importante olhar para os animais vivos. Dependendo do resultado das análises, pode ser que a gente faça uma operação grande de translocação, caso eles estejam bem, para o rio Solimões”, explica Marmontel.
Neste sábado, 30, em entrevista ao programa Viva Maria, da Rádio Nacional da Amazônia, um dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a coordenadora do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Mamirauá, Miriam Marmontel, disse que esses animais acabam atuando como sentinelas da qualidade da água e são os primeiros a ser afetados com mudanças provocadas no ambiente.
“Eles nos deram o alerta e agora a gente tem que ficar atento a isso. A tendência, se não mudarmos os nossos hábitos, esses eventos vão continuar acontecendo, mais aquecimento global, mudança nos parâmetros climáticos e eles estão utilizando um ambiente que utilizamos muito, especialmente no Amazonas. A água para é primordial para os amazônidas e essa água, que atualmente não está propícia para o boto, também não é propícia para o humano. Tanto para nadar, como consumir. Então, que a gente fique muito alerta quanto a isso”, disse a pesquisadora.
ICMBio
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou hoje, 30, que vai apurar as causas das mortes de botos em Tefé, no Amazonas. O ICMBio disse que já mobilizou para a região equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental, além de instituições parceiras para apurar as causas dessas mortes.