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Mandetta diz no Fantástico que maio e junho serão meses duros, de confrontação

O ministro disse ser “uma coisa claramente equivocada” quando você vê pessoas aglomeradas na padaria, supermercado, encostadas umas nas outras. Foto: Divulgaçao.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,participa de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, sobre as ações de enfrentamento ao covid-19 no país

O ministro da Saúde disse que espera uma fala unificada, porque o brasileiro não sabe se ouve o presidente ou seu ministro.   

Blog da Mara

Entrevistado pelo Fantástico, na Rede Globo, o ministro da Saúde  Henrique Mandetta disse que os meses de maio e junho serão meses duros, “seja conosco seja com qualquer outra pessoa,” implicitamente admitindo que ainda pode ser exonerado do cargo, e disse que neste momento espera uma fala única, unificada, porque o brasileiro fica numa “ambiguidade”, não sabe se ouve o  presidente Jair Bolsonaro ou o seu ministro da Saúde.

Ao ser indagado pelo repórter a quem as pessoas devem ouvir, o ministro disse que “pede disciplina das pessoas para bloquear o máximo possível as aglomerações” e reafirmou que o Ministério da Saude monitora as cidades, sabe que o Brasil é continental e tem diferentes realidades em suas cidades, não podendo ser comparado com Espanha, Itália, Inglaterra. “Vamos monitorando, olhando o caso de cada uma delas, adequando e apoiando no que for preciso”, disse.

Sobre o que serão esses meses duros, o ministro disse que serão meses de confrontação. “Confrontação entre o que somos e para onde queremos ir, de forma constante. Serão questionamentos das práticas, e obviamente que o Ministério da Saúde será mais questionado”, disse.

“É quando vai aparecer o que a gente chama de engenheiro de obra pronta. Seremos tachados: Olha, não fizeram o que tinham de fazer, por isso entrou em colapso, vocês deveriam ter sido mais duros; ou vocês deveriam ter sido menos duros, porque a economia está assim”, disse Mandetta.

O ministro Mandetta alertou que o que dita a história futura do vírus é o comportamento da sociedade agora, “como cada um de nós tem a consciência do cuidado individual, sendo responsável pelo cuidado coletivo.”

O ministro disse que os números hoje estão subestimados, e que a ocorrência de mortes era esperada a marca de mil pessoas. “La em fevereiro a gente sabia, fazendo simulações com outros países e adequações, que chegaria na primeira quinzena de abril com esses números aproximadamente”, disse ele.

O ministro, sem querer criar novo atrito com o presidente Bolsonaro, voltou a dizer que “o inimigo, o adversário é o coronavírus”, e que se está ministro está “por obra e nomeação do presidente.”

Henrique Mandetta disse que não há como oferecer números lá para frente, em maio ou junho, “´porque não há nada mais que influencie essa resposta do que o comportamento das pessoas”, e ao ser indagado a que se deve o relaxamento com o isolamento o ministro disse ser uma somatória de fatores.

“Tem muita gente que gosta de internet, vê fake news dizendo que o vírus é invenção de países para ganhar vantagens econômicas, porque existe um complô mundial contra as pessoas, como se houvesse um passe de magica e como se não precisasse de sacrifícios para resolver a situação”, disse.

O ministro disse ser “uma coisa claramente equivocada” quando você vê gente aglomerada em fila de padaria, supermercado, encostadas umas nas outras.