À Folha, a petista Márcia Lopes confirmou ter recebido convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Cida Gonçalves no Ministério das Mulheres. Um encontro com o presidente deve ocorrer nesta segunda-feira (5).
Ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no segundo mandato de Lula, Márcia Lopes é assistente social e professora, filiada ao PT desde 1980. Ela será a sexta alteração ministerial ocorrida neste ano no governo.
Segundo o Correio Braziliense, o Ministério das Mulheres já foi denunciado 39 vezes por assédio, entre os períodos de 1º de janeiro de 2024 e 1º de maio de 2025. São denúncias anônimas, feitas pelo Canal Resolveu, da Controladoria Geral da União (CGU). Do total, 23 reclamações referem-se a assédio moral e sexual.
Cida Gonçalves prestou depoimento à Comissão de Ética da Presidência da República, onde falou sobre um caso de acuação de racismo. Ela teria oferecido apoio financeiro a uma assessora para seu projeto político para que o caso não fosse denunciado. A Comissão acabou arquivando o caso.
Foi durante seu depoimento, que vieram à público declarações de Cida Gonçalves que incomodaram ministros. Ela disse que costumava interromper a agenda para atender a primeira-dama Rosangela Silva, a Janja, e que ignorava os chamados de Alexandre Padilha (à época titular de Relações Institucionais) e Márcio Macedo (Secretaria Geral da Presidência).
A troca no Ministério das Mulheres vem sendo cogitada há alguns meses.
Alterações de ministros em 2025
Janeiro: Deputado Paulo Pimenta deixa a Secretaria de Comunicação (Secom), sendo substituído pelo marqueteiro de Lula em 2022, Sidônio Palmeira;
Fevereiro: Sai Nísia Trindade do Ministério da Saúde, e entra o ministro Alexandre Padilha, médico, deslocado da Relações Institucionais, sendo substituído na área pela então presidente do PT Gleisi Hoffmann;
Abril: Cai Juscelino Filho (União) do Ministério das Comunicações, após a PGR denunciá-lo por corrupção passiva por desvio de emenda parlamentar; e
Maio: No dia 3, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), pede demissão em razão da pressão havida motivada pelo esquema de desconto sem autorização de benefícios de aposentados e pensionistas, desbaratado pela Polícia Federal e CGU no dia 23 de abril por meio da Operação Sem Desconto. Estima-se que os descontos, em sua maior parte ilegais, cheguem a R$ 6,3 bilhões. Lula colocou no cargo o secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz, mantendo o PDT no governo.