Marcos Rocha diz que Estado está sem leitos e culpa “fake news” por falta de acordo com o Prontocordis

O governador atribui a perda do hospital Prontocordis ás fake news segundo ele lançadas na mídia. Foto: Blog.

Governador diz que está muito preocupado com a crise sanitária, e culpa “fake news lançadas na mídia” por não ter dado acerto arrendamento do Prontocordis.  

Blog da Mara

O governador Marcos Rocha disse nesta quinta-feira, 7, em conversa por videoconferência com parlamentares reunidos em sessão da Assembleia Legislativa, que o Rondônia está sem leitos para atender pacientes com a Covid-19 porque acabou “perdendo a chance de alugar” o Prontocordis, hospital com a melhor UTI de Porto Velho e do Estado.

“Peço apoio de todos os deputados, estou muito preocupado, precisamos evitar a falta de leitos, ter quantidade suficiente para atender pessoas que venham a ser internadas. Podem ser familiares meus, dos senhores mesmo”, disse o governador Marcos Rocha, para em seguida relatar que perdeu o Prontocordis todo completo, com 170 médicos, medicamentos e exames especializados em “razão das fake news lançadas na mídia.”

Depois, o governador disse que o hospital acabou percebendo que teria desvantagem e desistiu do aluguel.

O Blog fez contato com o dr. José Augusto, proprietário do hospital, e ele disse que foi desaconselhado pelo jurídico a não assinar o contrato. “Eu não entendo dessa parte de contrato, clausulas, e o advogado achou por bem que não assinássemos o contrato. Nossa UTI é padrão São Paulo e Rio de Janeiro, não devemos nada a ninguém. Temos respiradores importados da Alemanha”, disse.

“É melhor ganhar menos do que ter uma ilusão de ganho”, disse José Augusto, informando que somente com folha de pagamento, mensal, iria desembolsar, em gasto estimado, R$ 1 milhão.  Ele confirmou ainda que os custos de tratamento são difíceis de estipular, é uma doença que exige procedimentos diversos a depender do caso, e negou que tenha recebido da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e Tribunal de Contas a determinação de no prazo de 10 dias apresentar planilha detalhada de custos de insumos e equipamentos para tratamento de doença de complexidade elevada e alta taxa de contágio.

O Prontocordis seria arrendado pelo Estado por três meses, no valor mensal de R$ 3.281.366,44. Seriam ofertados 12 leitos de UTI e 50 leitos clínicos.

A última minuta do contrato para avaliação do Jurídico do Prontocordis foi enviada no dia 28 de abril, com solicitação de retorno em 1 hora, dada a urgência, mas o hospital não retornou.

No dia 4 de maio, em despacho ao gerente Administrativo, o procurador Maxwell Mota de Andrade, que atende a Sesau, disse para ser cancelada nota de empenho que havia sido emitida “tendo em vista que até o presente momento não houve retorno da empresa, nem assinatura da mesma no contrato supracitado.” O contrato a que se referia é de nº 164/PGE-2020, e a tramitação do processo de arrendamento de unidade hospitalar no SEI é  0036.143379/2020-96.

O governador disse também aos deputados que conversou ontem (6) com o governo federal para pedir ajuda.  Lembrando o número de casos registrados (943)  na quarta-feira, 6, ele disse que a avaliação da equipe de saúde e da Unir é a de que até o dia 10 de maio passe de 1.400 casos.

“Preciso de ajuda dos senhores porque estamos de verdade sem leitos de UTI, sem respiradores, poderíamos ter tido isso aí. Estou bastante preocupado e isso pode atrasar o nosso Estado.  Uns tem a ideia de liberar tudo porque perdem recursos e outros querem bloquear tudo para não perder a vida.  O sofrimento que estou tendo para administrar esse caos é muito grande”, disse Marcos Rocha.

Marcos Rocha também defendeu o desconto da dívida da Energisa para que o pagamento à vista que ela faria fosse aplicado no combate ao novo coronavírus. A CCJ, na terça-feira, 5, decidiu suspender o PLO 446 que estabelece acordos com descontos de até 85% sobre os juros e  multas de  grandes dívidas cobradas na Justiça.

A fala do governador, no vídeo,é após 2h.