“Medidas do governo para reduzir inflação de alimentos são ineficazes,” diz FPA

"O problema está concentrado no próprio desequilíbrio fiscal do governo, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação," diz entidade dos produtores rurais.
Deputado Pedro Lupion, presidente da FPA. Foto: Pablo Valadares.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 7, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) classificou de ”pontuais e ineficazes para efeito imediato” as medidas anunciadas no dia anterior pelo governo para contar a inflação de alimentos.

“Especialmente quando se gasta recurso interno ao zerar impostos para produtos importados, sem garantir o reforço ao apoio da produção brasileira,” continua texto da nota.

A alíquota zero de importação para produtos como café, carne e açúcar foi anunciada pelo vice-preident e ministro Geraldo Alckmin como uma iniciativa para baraterar os alimentos, mas a compra de fora desses produtos é mínima, não haverá o impacto que se pretende para conter a inflação.

A FPA diz ainda que o problema da inflação não é a oferta de alimentos. “O governo federal tenta criar a narrativa de buscar soluções, quando o

Presidida pelo deputado Pedro Lupion, a FPA acusa o governo de tentar transferir o ônus de bancar o desequilíbrio dos gastos públicos para os produtores rurais.

“Não é assim que termos uma comida mais barata e uma produção economicamente viável,” destacou.

À Globo News, Lupion disse que infelizmente não enxerga nas contas do governo meios de buscar os recursos para manter o futuro Plano Safra e equalizar o custo de incentivar e manter a produção, que é o que vai baratear os alimentos.

Ele lembrou que hoje os juros giram em torno de 12% a 13% e “podemos falar que na próxima safra poderá estar em 15%,” e não haverá condições do governo continuar oferecendo crédito mais barato para pequenos, médios produtores.

“Não vejo espaço fiscal dentro das contas do governo para a gente buscar um número. Existe gasto excessivo, falamos de R$ 65 bi de contas públicas que não fecham, e o governo não entende quais são as prioridades, e elas agora são produzir alimentos mais baratos,” diz Lupion.