Militares e Inpa irão pesquisar regiões de fronteira na Amazonia, como o Alto Rio Negro

Pesquisadores irão contar com logistica e estrutura do Exercito na Amazônia para fazer estudos em fronteiras.
Delegação do CMA assistiu apresentação sobre atuação do Inpa. Foto: Cimone Barros/Inpa

Com informações do Inpa e Blog

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Comando Militar da Amazonia (CMA) assinaram esta semana protocolo de intenções para apoiar pesquisas em áreas de fronteira da Amazonia, como o Alto Rio Negro – vizinho de Colômbia e Venezuela. São áreas em que há carência de trabalho científico.

O propósito é unir esforços para reduzir as lacunas do conhecimento da biodiversidade amazônica, com projetos iniciais na área de coletas botânicas. O documento foi assinado pelo diretor do Inpa, professor Henrique Pereira, e o comandante do CMA, general Costa Neves.

O instrumento tem validade de cinco anos, e pode ser prorrogado. Nele, as instituições formalizam o interesse mútuo de empenhar esforços para o desenvolvimento de iniciativas de intercâmbio e cooperação acadêmica na área de ensino, pesquisa e extensão.

Os próximos passos são acordos específicos com seus respectivos planos de trabalho.

Pesquisadores irão contar com a estrutura logística e alta capilaridade do CMA na Amazônia Ocidental.

Ele atua em cerca de 25% do território nacional, tem cerca de 20 mil homens e mulheres, 23 Pelotões Especiais de Fronteiras, além de outras unidades.

A presença do Exército na Amazônia muitas vezes é a única ou a mais significativa em localidades carentes de serviços do Estado.  Em 2023, o CMA fez apreensões avaliadas em 780 milhões de reais.

“Vamos fazer algo diferente. Vamos buscar interagir e cooperar com as organizações militares, em especial com os pelotões de fronteira e envolver as populações locais, formadas por diferentes etnias indígenas. Então, indígenas e pessoal do Exército vão somar seus esforços ao Inpa na produção do conhecimento científico sobre a região. E, como reafirmado pelo general Costa Neves, o conhecimento científico também deve estar na base da soberania brasileira nessa parte do Brasil”, destacou Pereira.

 De acordo com o general Costa Neves, é um orgulho estar junto do Inpa, apoiar o desenvolvimento da ciência e tecnologia e poder crescer como nação. “Sem dúvida temos grandes oportunidades de nos complementar e fazer com que todos sejam beneficiados, principalmente o povo da Amazônia, a ciência e tecnologia, os avanços que temos de implementar na região. O CMA está muito satisfeito com essa possibilidade, e tenho convicção de que bons projetos sairão dessa colaboração”, ressaltou.

A deleção do CMA assistiu apresentação da atuação institucional do Inpa no espaço da Diretoria e visitou o Bosque da Ciência, passando pela área do peixe-boi, ariranha e Casa da Ciência. Mais de 20 militares conheceram parte das instalações do Instituto, um dos mais importantes centros de pesquisas da Amazônia.