Moraes conclui não haver provas de que Bolsonaro pediu asilo para fugir do país

O ministro, na decisão, disse que o ex-presidente não violou medidas cautelares impostas a ele em janeiro deste ano.
Alexandre de Moraes ministro do STF. Foto: Nelson Jr.

Despacho de cinco páginas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgado nesta quarta-feira, 24, conclui que não há provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria pedido asilo na embaixada da Hungria em Brasília, em fevereiro, para fugir do Brasil.

A permanência por dois dias do ex-presidente na embaixada, em Brasilia, foi revelada pelo jornal norte-americano The New York Times.

Em um trecho do despacho ele diz: “São equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada pelo jornal norte-americano, no sentido de que o ex-Presidente tinha interesse em alguma espécie de asilo diplomático, conclusão a que se chega bastando considerar a postura e atitude que sempre manteve em relação as investigações a ele dirigidas.”

Alexandre de Moraes diz que “o Peticionário jamais deixou de comparecer a qualquer ato para qual foi intimado – e não foram poucos -, sendo conhecidos seus endereços em Brasília, assim como sua rotina profissional no Partido Liberal.”

O ministro diz que Bolsonaro não violou medidas cautelares impostas a ele em 15 de janeiro de 2024, entre elas a  proibição de manter contato com os demais investigados, e   proibição de se ausentar do país, com determinação para entrega de todos os passaportes (nacionais e estrangeiros) no prazo de 24 horas.

Alexandre de Moraes se manifesta após a Procuradoria-Geral da República (PGR), em parecer, não verificar ofensa a nenhuma das medidas cautelares a que Bolsonaro está sujeito e lembrou que o ex-presidente saiu espontaneamente da embaixada e manteve compromissos públicos nos dias seguintes.

A decisão, proferida no dia 23, ocorre também após ato de Jair Bolsonaro em Copacabana, no dia 21 de abril, quando milhares de pessoas estiveram presentes.

Decisão moraes sobre Bolsonaro na embaixada Hungria