Operação em Macapá investiga propina de até 20% em repasses de R$ 10 milhões para a prefeitura

Investigação aponta fraude na execução de contrato de serviços de urbanização e paisagismo.
Polícial federal em um dos locais para cumprir mandado de busca. Foto: Divulgação/PF.

Em Macapá, capital do Amapá, a Polícia Federal deflagrou a Operação Plattea nesta quinta-feira, 19, em decorrência de investigação do pagamento de propinas de até 20% para funcionários da prefeitura, um esquema de corrupção que envolve contrato de R$ 10,3 milhões para a execução de serviços de urbanização, paisagismo e aterro hidráulico na Praça Jacy Barata, na orla de Macapá. Há indícios de fraude na execução.

Policiais federais cumprem dez mandados de busca e apreensão realizados nos bairros Cabralzinho, Central, Laguinho e Jardim Marco Zero, todos em Macapá, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. As buscas são feitas na sede da prefeitura e da secretaria de Obras do município, além da residência de investigados.

Os envolvidos podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, concussão e lavagem de dinheiro. As penas somam mais de 40 anos de prisão.

As investigações revelaram que após a aprovação dos boletins de medição no início da obra, a empresa vencedora da licitação teria pagado vantagens indevidas para servidores públicos do município, em média 5% do valor a que tinha direito pelo serviço prestado. O valor teria subido com o avanço da obra, com indícios de que a propina subiu para 20%.

A Polícia Federal apura o envolvimento do secretário de Obras Cássio Rabelo Cruz. Segundo depoimento à Justiça do empresário Claudiano Monteiro de Oliveira, dono da construtora C.M. de Oliveira, à frente da revitalização da praça na ocasião, ele teria pagado entre o final de 2022 e o início de 2023, propina de R$ 10 mil ao secretário Cássio Cruz.