Oposição alcança número mínimo para protocolar CPI do INSS na Câmara

Deputado de Rondônia aliado de Bolsonaro anunciou na noite de terça-feira que obteve 171 assinaturas para protocolar a CPI.
Hugo Motta é quem decide colocar pedido da CPI em pauta no plenário ou não. Foto: Bruno Spada.

Capitaneada pelo autor do requerimento, deputado Coronel Chrisostomo (PL-RO),  uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o esquema fraudulento de deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem o número mínimo de assinaturas (171) para poder ser protocolada na Câmara dos Deputados.

O anúncio de alcance de assinaturas foi feito na rede social X pelo próprio deputado, ao lado do líder do PL na Casa, deputado Sóstenes Cavalcanti (RJ). “Alcançamos agora a noite o número de assinaturas para a CPI do roubo dos aposentados,” disse Chrisostomo.

A CPI é uma reação da oposição após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem uma operação que identificou um esquema de desconto sem autorização de recursos de aposentados e pensionistas, que teria começado ainda na gestão de Jair Bolsonaro, alcançando mais de R$ 6 bilhões.

Foi nos dois últimos anos da gestão Lula 3 que o número de associações envolvidas e valores aumentaram. Do valor total divulgado pela operação, mais de R$ 4 bilhões, conforme gráfico apresentado pela CGU durante a coletiva de imprensa no dia 23 – quando a operação foi deflagrada – foram nos anos de 2023 e 2024.

A decisão de ler o requerimento em Plenário e instaurar ou não a CPI cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).  Como a Polícia Federal está investigando o esquema que resultou no afastamento de três diretores investigados do INSS e na demissão do presidente,   é remota a possibilidade de se instalar a investigação parlamentar. A menos que a política surpreenda com desdobramentos do caso e da relação do governo com o Congresso.