Com diferença de votos tão apertada, a menor desde a redemocratização, matutei agora que Jair Messias Bolsonaro só não foi reeleito por causa dos aloprados que são parte da sua tropa. E por causa dele também, aloprado-mor.
Primeiro surgiu Paulo Guedes, com o tema salário minimo, pois sua equipe vazou uma possível não correção dele, depois Roberto Jefferson com a tentativa frustrada de criar comoção provocando uma ação da Polícia Federal, como um tiro de revide, e ontem, véspera da eleição, a deputada Carla Zambelli sai armada em plena luz do dia, no centro nervoso de São Paulo, em perseguicao a um cidadão que a teria provocado por causa de sua preferência política.
Todas são ações negativas, alopramentos que não devem acontecer numa eleicão, sem deixar de lembrar que o aloprado-mor, com a mentira de que moças venezuelanas se prostituiam em Brasilia, amargou duras críticas e tempo preciso para tentar desdizer o dito.
A campanha do PT e Lula erraram muito menos na reta final, na última semana. Colheram bons frutos.
Mas eles também tem aloprados. E como! Às vésperas das eleições de 2006, petistas foram presos num hotel em São Paulo quando tentavam comprar um dossie para enredar o PSDB com fraude em licitacoes do Ministerio da Saude. Depois teve outro aloprado pego com dinheiro na cueca, assessor do deputado José Guimarães (PT-CE), este que estava ao lado de Lula durante o discurso do petista na avenida Paulista.
É, pensando bem, o Brasil precisa agradecer aos aloprados de Bolsonaro aqui citados pelo passa-fora que ele ganhou nas urnas.
O aloprado-mor sumiu, se fechou em copas, não parabenizou o vitorioso Lula. Democracia não é mesmo com ele.