Pesquisa DataFolha aponta que 64% desaprovaram demissão de Mandetta   

Sobre a capacidade do presidente de liderar o Brasil, 52% acham que Bolsonaro tem capacidade; destes, os homens representam a maioria. Foto: Marcello Casal/Abr.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,participa de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, sobre as ações de enfrentamento ao covid-19 no país

Os homens representam a maioria dos que acham que Bolsonaro tem capacidade de liderar o Brasil.

Nova pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, 17, aponta que 64% dos brasileiros desaprovaram a demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. Para 36%, a ausência do ex-ministro na pasta irá piorar, enquanto para outros 32%, melhorar.

A demissão do ministro, sem ser explicitado o motivo pelo presidente Jair Bolsonaro, ocorreu na quinta-feira (16) após semanas de conflito político entre o presidente e seu auxiliar por causa do combate à pandemia do novo coronavírus. O presidente desafiou a política empreendida pelo Ministério e pelo mundo todo de se adotar o isolamento social para impedir a propagação do vírus.

De acordo com o levantamento do DataFolha, 23% dos entrevistados consideram o trabalho do presidente da República regular, praticamente a mesma marca obtida anteriormente, de 25%. Em termos de desaprovação e reprovação, os níveis apurados foram os seguintes: é mais reprovado por mulheres (41%), pelos mais ricos (acima de dez salários mínimos, 48%) e pelos mais instruídos (com curso superior, 46%).

Sobre a capacidade de liderança do país, 52% dos entrevistados responderam que Bolsonaro tem capacidade para continuar liderando o Brasil, enquanto 44% responderam que não. Os homens representam a maioria (58%) das respostas favoráveis ao presidente.

Embora não seja comparável metodologicamente com levantamentos presenciais anteriores, o índice de apoio a Bolsonaro se assemelha ao verificado na população em geral, “o que tem determinado a atitude intransigente do presidente em relação às suas visões acerca da crise, contrárias à prática internacional no combate ao novo coronavírus”, cita a reportagem da Folha.