Começou nesta terça-feira, 6, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra sete integrantes do “núcleo da desinformação,” o chamado núcleo 4, acusados de participar da tentativa de golpe de Estado.
A subprocuradora-geral Claudia Sampaio Marques, em nome da acusação, pediu que a denúncia seja recebida. Para a representante do MPF, os sete integrantes do Núcleo 4 agiram de forma consciente e voluntária e pertencem a uma organização criminosa composta por 35 agentes que tinham o objetivo de impedir que o governo eleito exercesse o mandato.
Os acusados teriam usado várias estratégias, entre elas a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para monitorar autoridades, promover ataques virtuais e produzir informações falsas contra autoridades que se colocavam contra a permanência de Jair Bolsonaro no poder, agindo como milícias digitais.
Havia a intenção, segundo a subprocuradora, de convencer a sociedade de que as urnas eletrônicas são inseguras e de que o resultado eleitoral não refletia a vontade popular.
Fazem parte do núcleo 4: Ailton Gonçalves Moraes Barros e Ângelo Martins Denicoli, majores da reserva do Exército; Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal; Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército; Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército; Marcelo Araújo Bormevet, agente da Polícia Federal; e Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército.
Claudia Sampaio registrou ainda as tentativas de adulteração em dados do Ministério da Defesa que atestavam a integridade dos votos, além de ameaças a comandantes do Exército, da Aeronáutica e do Comando Militar do Sudeste que se recusaram a aderir ao projeto de golpe.