Pesquisa Quaest divulgada neste sábado, 30, pela CNN, indicou que 41% dos brasileiros gostariam de deixar o Brasil se pudessem por causa da polarização politica. O levantamento “O que esperar do Brasil?”, a que a emissora teve acesso, faz uma análise com base em dados coletados até junho a respeito das consquencias da polarização: divisão de famílias, o quanto compromete empresas e desafia o futuro do país.
A pesquisa será discutida no “WW – Edição de domingo“, neste domingo (1º), às 22h, com a presença do CEO da Quaest, Felipe Nunes, a professora de Ciência Política da USP Elizabeth Balbachevsky e o professor do Instituto de Estudos Avançados da USP, José Alvaro Moisés.
Os eleitores, segundo a pesquisa, sairam das urnas o ano passado “afetivamente polarizados” e “socialmente calfcificados.” A pesquisa indicou que a “distância de amor/ódio para com os candidatos aumentou muito depois de 2018”
A polarização entre um e outro candidato – Luiz Inácio da Silva (PT) e Jair Boslonaro (PL)- significa mais distancia de quem apoia um e outro em termos de seus valores, ideias e visão sobre política.
Está calcificado no eleitor a não vontade de desertar do partido a que um e outro pertence, a não romper com quem preside a legenda ou até votar no partido oposto. “Há menos chances de eventos novos e até dramáticos mudarm as escolhas dessas pessoas nas urnas, ” diz o estudo.
Esse processo que a Quaest chama de “enrijecimento,” acentuado com as ultimas eleições, tornou os eleitores “torcedores apaixonados”, e a torcida independe da partida estar acontecendo agora ou já ter acabado.
“Essas identidades políticas em uma sociedade altamente polarizada, por sua vez, afetarão nosso comportamento político e cotidiano”, aponta a pesquisa.
O efeito eleitoral contido no número de brasileiros que sairiam do país caso tivessem condições, 41%, foi bem ampliado. O índice em dezembro de 2021 era de 29% e, em dezembro do ano passado, 37%.
Outro dado: 35% dos brasileiros prefere assistir um canal de TV que apresente as opiniões com as quais concorda. Casamento do filho com alguém que votou diferente é reprovado por 32%.
À pergunta “você conhece alguem que rompeu relações por causa de política?” 54% disseram sim e 45% não. 75% dizem que não se sentem mal por ter rompido relações por causa da política.