No ranking de 100 cidades avaliadas pelo Instituto Trata Brasil, Porto Velho obteve a pior nota em saneamento básico: 1,29. O número é resultado do cálculo que considera notas parciais, indo de 0 a 10, e notas finais para cada um dos principais indicadores avaliados.
A metodologia dos cálculos está descrita a partir da página 17 do relatório de 2019 divulgado nesta terça-feira (23). Depois de Porto Velho, estão entre as piores notas os municípios de Ananindeua (1,43), Manaus (2,24), Santarém (2,41) e Macapá (2,55), todos da região Norte.
A situação de Porto velho foi realçada em todos os telejornais. A capital aparece 8 vezes na lista dos 20 piores municípios, a partir de 2012, nas últimas posições.
O estudo é feito com base nos dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), de 2017. Ele também leva em consideração os resultados dos últimos 5 anos (2013-2017) na análise de cada um dos indicadores que compõem o relatório.
De acordo com o portal G1, obras de saneamento no valor de R$ 186 milhões estão paralisadas em Porto Velho desde dezembro de 2018. São investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),e tem como objetivo a ampliação do sistema de abastecimento de água em porto Velho (contrato assinado em 2011) e elaboração de projeto de sistema de tratamento de esgoto, sob a responsabilidade do governo de Rondônia.
Menos da metade da população urbana de Porto Velho – 519.436 habitantes, segundo o IBGE – conta com atendimento de água tratada. É o segundo pior índice de todo o ranking – 34,90%. O indicador de atendimento total é de 31,78%, ocupando o primeiro lugar.
No atendimento urbano de esgoto (coleta e tratamento) o índice é de 5,2%, só perdendo para a cidade paraense de Ananindeua, que oferta praticamente nada de esgoto, 0,98%.
Como se observa, a universalização da água tratada e esgotamento sanitário em Porto Velho está longe de acontecer.
Perdas na distribuição e faturamento
O indicador de perdas na distribuição da água tratada é preocupante, porque a partir de 2013 só cresce o percentual de perdas, atingindo 77,11% em 2017, o maior do ranking geral. A evolução de eficiência é reduzida em -6,78%.
Na verificação da eficiência relativa ao indicador de perda de faturamento a evolução também é negativa. Ficou em -4,68%, ou seja, houve um retrocesso na redução da perda.
Porto Velho teve uma perda de 73,55% neste indicador em 2017, o maior de todas s 100 cidades avaliadas no estudo do Instituto Trata Brasil.