O governo federal prossegue no levantamento das obras atingidas pela depredação ocorrida na sede dos três poderes, em Brasília – Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto. O vandalismo praticado no dia 8 de janeiro, domingo, causou mais danos ao prédio do Supremo, e já se sabe que obras artísticas e de valor histórico não tem condições de ser restauradas, segundo o jornal O Estadão.
É o caso do relógio do século 17 do francês Balthazar Martinot, relojoeiro de Luíz 14, presenteado a D. João VI pela Corte Francesa. Uma escultura de Franz Kracjberg, Galhos e Sombras, avaliada em R$ 300 mil, teve galhos quebrados (a escultura usa uma árvore reciclada) e atirados ao piso do Palácio do Planalto.
A escultura O Flautista, de Bruno Giorgi, avaliada em R$ 250 mil, também é considerada irrecuperável. Fragmentos foram encontrados no chão do Planalto.
Em nota da Presidência da República, o diretor de curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, afirmou que será possível recuperar a maioria das obras danificadas.
A mais valiosa das obras é o painel As Mulatas, do modernista Di Cavlacanti. Ela foi perfurada em sete pontos. Seu valor é estimado em R$ 8 milhões, podendo alcançar quase o dobro em leilão.
Chega a R$ 3 milhões o prejuízo contabilizado no Congresso Nacional. Na lista de obras danificadas, há um vitral assinado por
Athos Bulcão, artista que se projetou por decorar prédios inteiros em Brasília com azulejos, entre eles a capela do Palácio do Planalto.
Os prejuízos causados ao patrimônio no STF são estimados em R$ 4 milhões. Uma tapeçaria do paisagista e pintor Burle Marx recebeu urina dos vândalos.