Presidência da COP-30 pede “mutirão” pelo clima

O primeiro documento de Lago destaca a necessidade de cooperação internacional para acelerar a implementação de soluções climáticas.
André Lago e Ana Toni, secretária do Clima do MMA, em coletiva de imprensa. Foto: Isabella Castilho.

O embaixador André Correa do lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), divulgou nesta segunda-feira, 10, carta em que faz um apelo ao mundo para agir de forma coletiva e urgente em um “mutirão” contra a mudança climática.

Secretário de Energia, Clima e Meio Ambiente do Itamaraty, o embaixador foi designado pelo presidente Lula da Silva para presidir os trabalhos da COP-30, que será realizada em novembro na cidade de Belém (PA).  Até a realização do evento outros documentos da Presidência do evento, pela primeira vez realizado no Brasil, serão divulgados.

O primeiro documento de Lago destaca a necessidade de cooperação internacional para acelerar a implementação de soluções climáticas.

“Juntos, podemos fazer da COP30 o momento em que viramos o jogo, quando colocamos em prática nossas conquistas políticas e nosso conhecimento coletivo sobre o clima para mudar o curso da próxima década”, disse Corrêa do Lago no documento, que também destaca a importância de fortalecer o regime climático multilateral.

O ano de 2024, segundo especialistas, foi o ano mais quente já registrado e o primeiro em que a temperatura média global ultrapassou 1,5°C acima de níveis pré-industriais.

Para o embaixador, a COP-30 pode ser “ponto de virada na luta contra a mudança do clima, com a coordenação de esforços entre governos, empresas, mercados, pequenos negócios, cientistas, acadêmicos, inovadores tecnológicos, entre outros.”

“Há muito tempo conhecemos a escala e a gravidade da mudança do clima e seus crescentes impactos. Afirmamos e reafirmamos que o aquecimento global é uma ameaça existencial à humanidade. Temos conhecimento científico sobre o assunto há mais de 35 anos, consolidado desde o primeiro relatório de avaliação do IPCC, de 1990,” diz o documento.

A seguir lembra que “não apenas ouvimos falar agora dos riscos climáticos, mas também vivemos a urgência climática. A mudança do clima não está mais contida na ciência e no direito internacional. Ela chegou à nossa porta, atingindo nossos ecossistemas, cidades e vidas cotidianas.”

O embaixador cita ocorrências climáticas em Los Angeles, Amazonia e Porto Alegre, que “afetam famílias, a saúde, o custo de vida e nossas rotinas de educação, trabalho e entretenimento.”

“A mudança é inevitável – seja por escolha ou por catástrofe. Se o aquecimento global não for controlado, a mudança nos será imposta, ao desestruturar nossas sociedades, economias e famílias”, afirma o presidente da COP30.

Leia aqui integra da Carta.