Presidente tem de liderar combate à violência como emergência nacional, diz ex-prefeito de Fortaleza

Roberto Claudio disse no Fórum Otimista Brasil que sente falta do "líder maior matar no peito e chamar para si" o problema da violência ao relatar a ação recente de facções na capital do Ceará, o que tem ocorrido em todo o país.
Roberto Claudio disse que vê pouca disposição de se combater as facções no Brasil. Foto: Blog.

Médico e ex-prefeito (2013-2020) de Fortaleza, Roberto Cláudio disse na manhã desta segunda-feira, 7, no evento Fórum O Otimista Brasil 2025, que mais do que a Proposta de Emenda Constitucional da Segurança Pública encaminhada pelo governo Lula ao Congresso sente falta de o “líder maior matar o problema no peito, chamar para si” o problema da violência e inovar em políticas para a segurança pública, para que as demais “instituições reajam com a mesma prioridade.”

“Esse é um problema que não é fácil, é complexo, mas que precisa, primeiro, ser assumido como um problema grave, como emergência nacional, e que o presidente da República lidere, envolvendo governadores e demais instituições do país,” disse.

Roberto Claudio disse que antes o emprego, a saúde e economia como um todo eram as principais preocupação dos brasileiros, mas hoje a violência “é o maior problema do país, das comunidades, e precisa ser entendido com esse nível de prioridade.”

O ex-prefeito, que se notabilizou por investimentos que permitiram salto ainda maior na educação da capital do Ceará, disse notar esforço do ministro Ricardo Lewandowski, agora com a PEC e compromisso constitucional com o fundo e o Susp (Sistema Unificado de Segurança Pública), “mas o grande problema é efetivamente da politica pública na ponta, é imaginar que um dia vire SUS, com mecanismos de coleta de dados, metas, orientações normativas, políticas públicas para os municípios e, principalmente mecanismos de financiamento e apoio do governo federal, que precisa transformar a segurança em grande prioridade nacional.”

“Outra questão é que vejo pouca disposição no Brasil, como vi em outros países, como a Colômbia, de combater as facções que estão em Fortaleza cobrando pedágio para comerciantes e prestadores de serviços. No último mês, todo o noticiário deu conta da tomada dos serviços de Internet das grandes empresas, e não apenas destruíram tudo como passaram a tomar conta,” relatou.

O enfrentamento da violência precisa ser feito, afirmou, encarado como emergência nacional. “Se estão em todo o país, tomando a Internet, cobrando pedágio do comerciante e de empresas, entrando nas atividades econômicas, daqui a pouco qual é o próximo passo?,” indagou.

O painel Cultura da Paz e Segurança Pública contou com participação, ainda, do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Rodrigo Vilardi, coordenador de Políticas de Segurança Pública e Defesa Social da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, com mediação de Vicente Braga, sócio do Braga Lincoln Advogados e presidente da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e DF (Anape).

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes faz parte dos debatedores do evento, com presença no painel Um Brasil Otimista, Construindo uma Agenda, às 17h10, do qual fazem parte também Domingos Neto – Deputado Federal (PSD-CE); José Carlos Pontes – Presidente do Grupo Marquise; Mauro Filho – Deputado Federal (PDT-CE) e Adriano Nogueira, presidente do Grupo Otimista de Comunicação, na mediação.