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Ranking de saneamento: Porto Velho trata menos de 2% do esgoto, e fica na pior posição

Taxa de coleta de esgoto na capital de Rondõnia não chega a 10%, e investimento por habitante é baixo em saneamento.
Avanço no saneamento de 2023 para 2024 é tímido. Foto: Reprodução/Rede social.

Com apenas 1,72% do volume de esgoto tratamento sobre a água consumida, Porto Velho, capital de Rondônia, continua no ranking de cidades com pior saneamento do Brasil, aponta levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil, que nesta quarta-feira, 20, publicou o Ranking do Saneamento 2024 com o foco nos 100 municípios mais populosos do país.

O município é uma das cinco capitais da região Norte que não tratam sequer 35% do esgoto gerado. Neste levantamento de 2024, o Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, identificou que a coleta de esgoto subiu apenas 0,2 ponto percentual e o tratamento de esgoto somente 1% de um ano para outro no Brasil, números bastante tímidos.

Para produzir o ranqueamento, 16º feito pelo Trata Brasil, foram levados em consideração indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base de 2022, publicado pelo Ministério das Cidades.

Dos 20 piores municípios do ranking, a distribuição pelas regiões do país foi maior: sete são da região Norte, seis da região Nordeste, cinco da região Sudeste, um da Centro-Oeste e um da Sul.

Porto Velho ocupa o 100º lugar no levantamento – quanto maior o número pior o saneamento -, havendo regressão da posição ocupada em 2023, quando ficou em 98 lugar.

“É importante notar que Porto Velho (RO) sequer contabilizou seu esgoto tratado, demonstrando 0% neste indicador no SNIS, e Belém (PA) tratou menos de 3,63% do esgoto gerado, tendo coletado somente 17,12%. Um dos destaques positivos é o Rio de Janeiro (RJ), que evoluiu 40% em tratamento de esgoto,” diz texto do Trata Brasil divulgado à imprensa.

No que diz respeito ao tratamento de esgoto, a entidade pontua que esse é dos gargalos que parecem ainda maiores, pois somente cinco capitais apresentam ao menos 80% de tratamento de esgoto.

Dessas, não mais do que quatro coletam ao menos 90% do esgoto produzido: Curitiba (PR) com 99.98% de coleta e 96,56% de tratamento, Boa Vista (RR) com 92,80% de coleta e 95,02% de tratamento, Rio de Janeiro (RJ) com 95,80% de coleta e 85,11% de tratamento, e Brasília (DF) com 92,30% de coleta e 81,96% de tratamento.

O ranking mostra que há um total de 22 municípios que possuem 100% de atendimento total de água, mas Porto Velho não está entre eles. O município contabiliza 41,79% de cobertura do serviço.

Outros 18 municípios no país tem valores de atendimento superiores a 99%, estando todos com serviços universalizados de acordo com o Novo Marco Legal do Saneamento Básico.

Perda de água

A taxa de coleta de esgoto na capital de Rondônia não chega a 10%, ficando em 9,89%. Só perde para Macapá, capital do Amapá, com índice de cobertura de 8,05%, e Santarém (PA), com 3,81% o pior do ranking.

Outro dado preocupante de Porto Velho é a renitente perda de água tratada na distribuição. O indicador do ranking 2024 é de 77,32%. Não há indicativo de melhora neste item nos últimos anos.

No ranking de investimentos feitos pelas 27 capitais, Porto Velho apresenta o segundo pior investimento médio por habitante, R$ 37,47, perdendo apenas para Rio Branco (AC), que investiu por habitante R$ 30,02. Macapá, também na região Norte, tem o terceiro pior investimento, R$ 41,48.

Maringá, no Paraná, é o melhor saneamento do país, com a universalização total dos serviços, seguida de São José do Rio Preto e Campinas, ambas em São Paulo.

Ranking Saneamento Trata Brasil 2024