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Repasse de R$ 133 mi da Noruega para a Amazônia é bloqueado

Segundo o jornal norueguês Dagens Næringsliv, Elvestuen considera que o Brasil não cumpre o acordo de preservação da floresta.
Redução da derrubada de floresta da Amazônia cai no bimestre. TV Brasil.

Com informações de Andre Borges, de O Estado de São Paulo

Depois da Alemanha, que cortou R$ 155 milhões para ações de preservação na Amazônia, agora é a Noruega, principal financiador do Fundo Amazônia. O ministro do Clima e Meio Ambiente, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira,15, que o país europeu suspendeu o repasse de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 133 milhões, para ações de combate ao  desmatamento no Brasil. 

Segundo o jornal norueguês Dagens Næringsliv, Elvestuen considera que o Brasil não está cumprindo o acordo de preservação da floresta amazônica.

Questionado sobre a decisão do país europeu, o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao Estado que as negociações sobre o destino do fundo ainda estão em andamento e que, por isso, vê como “natural” a decisão de reter repasses à iniciativa.

“As tratativas sobre o Fundo Amazônia ainda não foram concluídas, portanto é natural que novas contribuições aguardem esse desfecho”, declarou o ministro ao repórter André Borges, de O Estado de São Paulo.

A decisão da Noruega, segundo o jornal paulista, era esperada. Na semana passada,  Salles disse, em audiência pública na Câmara, que a Noruega não tinha moral para falar do desmatamento no Brasil, por causa de suas políticas ambientais. O ministro usou um tom crítico ainda não visto em público.

“A Noruega é o país que explora petróleo no Ártico, eles caçam baleia. E colocam no Brasil essa carga toda, distorcendo a questão ambiental”, disse o ministro.

A Noruega reagiu dois dias depois,  e emitiu nota para afirmar que “está comprometida a continuar com a gestão responsável, prudente e sustentável dos seus recursos petrolíferos”. A indústria petrolífera norueguesa, declarou, “é líder global em padrões de saúde, segurança e proteção ambiental”.

“As atividades petrolíferas norueguesas estão entre as mais limpas do mundo, devido à rigorosa regulamentação governamental e aos altos padrões tecnológicas da indústria norueguesa”, informou a embaixada.

Fundo Amazônia

O Fundo Amazônia capta doações não reembolsáveis da Noruega e da Alemanha para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento. Foi criado em 2007. O balanço de suas ações concluído até 2018 aponta que R$ 3,4 bilhões em doações foram injetados no programa. Desse total, R$ 1,9 bilhão de recursos foram alocados para projetos selecionados e outros R$ 1,1 bilhão já foram desembolsados.

Atualmente, são 82 projetos em andamento na região com recursos do Fundo Amazônia. Outras 21 ações já foram concluídas. Das doações recebidas até hoje, R$ 3,186 bilhões vieram do governo da Noruega (94%) e R$ 193 milhões do governo da Alemanha (5,5%). A Petrobrás chegou a fazer, no passado, um repasse de R$ 17 milhões (0,5%).