Declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o orçamento secreto idealizado no governo anterior junto com o Congresso Nacional revive com o resto de emendas pendentes, totalizando R$ 9 bilhões, que serão pagas pelo atual governo por decisão do presidente Lula da Silva que na campanha chamou a conduta de corrupção.
De acordo com reportagem de Daniel Weterman, de O Estadão, as verbas serão liberadas pelos ministérios das Cidades e Integração Nacional e Desenvolvimento Regional sem ter sido colocada em prática alguma medida para dar transparência à negociação com o parlamento.
A decisão do presidente Lula decorre das derrotas recentes na Câmara dos Deputados. O governo teve de retirar de votação o PL 2630, que dá transparência à Internet, e perdeu na votação do PDL que sustou trechos de dois decretos que regulamentavam o Marco Legal do Saneamento. Jair Bolsonaro já havia baixado dois decretos e Lula revogou.
Antes de viajar à Inglaterra, ocorreu o anúncio de que ele assumiria a coordenação política. Também já havia sido dada a ordem por Lula aos ministros para liberarem R$ 10 bilhões em emendas do orçamento deste ano para senadores e deputados. Porém, além disso, o Centrão presssiona para liberar o saldo deixado por Jair Bolsonaro.
Na pressão, o Centrão, liderado por Arthur Lira, não coloca para votar medidas provisórias e utiliza a instalação de CPIs como instrumento para negociação.