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Rondônia, 39 anos, já é estrela destacada no Norte e no Brasil

Na foto, a avenida Presidente Dutra, uma das principais vias de Porto Velho, no inicio dos anos 60.
Imagem da area central de Porto Velho, capital de Rondônia. Foto: Acervo pessoal.

Auxiliar direto do governador Jorge Teixeira de Oliveira, o Teixeirão, João Wilson Gondim foi a Brasília com a missão de procurar obter o apoio de parlamentares para que aprovassem a lei complementar que o executivo logo mandaria ao Congresso a fim de se colocar mais uma estrela na bandeira do Brasil, a do estado de Rondônia.

Ele e jovens colegas da Juventude Democrática Social (JDS) cumpriam tarefa do governador e, diante de senadores receptivos, João Gondim disse em seu discurso improvisado ser “Rondônia a personificação da esperança,” e que na prática, com “persistência e trabalho,” ganhou o direito à emancipação política.

À aquela altura, milhares de brasileiros, sobressaindo-se paranaenses, mineiros, paulistas, gaúchos, baianos, capixabas, mato-grossenses, cearenses, maranhenses e muitos outros, atenderam ao chamado para se ocupar o oeste brasileiro, e o estado era então uma ebulição de gente e afazeres que tomavam conta sem parar do poder público e das iniciativas individuais, focadas em busca de terra, riqueza e prosperidade.

Presidente JK sobre a última árvore da BR 364 (ex-29), em Vilhena.

Uma das populações mais diversificadas do Brasil, a duras penas a população nativa preservou fortes traços amazônicos, e a cultura local é parte do amalgama com as experiências trazidas pelos migrantes. A mistura e troca de experiências tão distintas contribui para a rica peculiaridade de Rondônia, e este é um ponto que deve ou deveria convergir para verdadeiramente, antes que seja tarde, se persiga uma vertente de desenvolvimento que atenda as expectativas ou ao menos delas se aproxime, consagradas no artigo 232-A da Constituição, no qual se inscreve como política de Estado o Plano de Desenvolvimento Estadual Sustentável (PDES).

Concebido a muitas mãos, compreende planejamento para 2015-2030. Os deputados aprovaram mudança constitucional sugerida pelo governo Confúcio Moura, e em nossa Constituição no capítulo do Meio Ambiente foi incluída a seção Desenvolvimento Sustentável, à qual está fixado o artigo acima citado, além de outros dois.

Não faço ideia de como a área de planejamento da gestão atual conduz o PDES hoje, mas imagino que haja convergência do Plano Estratégico 2019-2023 lançado pelo governo Marcos Rocha com o instrumento de longo prazo, um norte para a economia seguir sem sobressaltos, com resultados que efetivamente tornaram Rondônia uma estrela na região  Norte e no Brasil.

Realço, para comprovar, o crescimento do PIB acumulado nos últimos 10 anos ou mais, e indicadores como o rendimento domiciliar per capita, o melhor da região Norte – R$ 1.136 (IBGE, 2019). Estados com muito mais história, como o Pará, tem Índice de Educação Básica (Ideb) nos anos iniciais do ensino fundamental inferior a Rondônia, que alcançou 5,7. Tem a menor incidência de pobreza que todos os estados do Nordeste e Norte, um dos melhores índices de transparência e um dos menores índices de desemprego.

Se, há 39 anos, vivia-se tempos em que desmatar para plantar era a ordem, vivemos um tempo em que manter a floresta em pé respeita a vocação da região e ganha-se muito dinheiro com isso. A tecnologia no campo tem relação direta com a possibilidade de deixar de lado a política de terra arrasada, pois já provou que se pode produzir mais em menor espaço. E isso vem sendo comprovado, felizmente, aqui mesmo em Rondônia.

Rondônia é uma porção de terra que antes era Amazonas e Mato Grosso estrategicamente situada no oeste brasileiro, e os indicadores conferidos pelo IBGE comprovam as potencialidades do Estado, desbravado por um brasileiro que sobre ele assim se expressou o poeta Manoel Bandeira: “A vida de Rondon é um conforto para todo brasileiro que ande descrente de sua terra. Ela mostra que nem tudo é cafajestada nestes nossos 8 milhões de quilômetros quadrados”.

De caráter reto e destemido, Candido Mariano da Silva Rondon é exemplo perfeito para fortalecer a identidade do estado de Rondônia, que surpreende ao longo de sua jovem história com experiências inovadoras – exemplo é o zoneamento socioeconômico -, e continua sendo “a personificação da esperança.”

E a esperança existe onde há segurança, confiança e disposição para transformar. Parabéns Rondônia!