Secretária nacional de Mudança do Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni disse em seminário do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) sobre descarbonização da economia, no Rio de Janeiro, que uma “seca muito terrível” irá ocorrer em breve na Amazonia. A informação é da Agência Brasil.
Segundo Toni, o governo brasileiro tem preocupação com novo evento climático extremo no país.
“O governo já está tentando se adiantar, entendendo que municípios provavelmente vão ser atingidos, que tipo de prevenção [será necessária]. Isso está sendo liderado pelo Ministério da Integração Regional, onde está a Secretaria [Nacional] de Defesa Civil, já pensando em ações de prevenção”, afirmou Ana, de acordo com a Agência Brasil.
No começo de maio, a Defesa Civil do Amazonas divulgou alerta de que a estiagem este ano no estado deve ser tão oumais severa que a registrada em 2023. Existe a orientação para que as pessoas estoquem água, alimentos e medicamentos a fim de que possam enfrentar o período mais crítico da seca.
A previsão de que 2024 tenha uma seca severa, talvez maior do que no ano de 2023, foi feita devido aos rios do estado estarem com níveis abaixo do esperado para a época, segundo a Defesa Civil do Amazonas. A população enfrentou ano passado falta de água, remédios e alimentos.
A estiagem na região amazônica ocorre no segundo semestre, mas medidas estão sendo divulgadas aos municípios do Amazonas e orientações à população para que os impactos sejam minimizados.
De acordo com o Painel do Clima, site de monitoramento do Estado, a previsão é que o nível dos rios atinja marcações tão baixas quanto o ano passado, o que resultou na maior estiagem dos últimos 100 anos.
Em coletiva com a imprensa no dia 9 de maio, o governador Wilson Lima anunciou a emissão de licenças ambientais junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para a dragagem em quatro trechos de rios do Amazonas. Lima disse ainda que esteve com equipe do governo federal para expor a situação climática prevista.
A secretária Ana Toni credita à ação humana a principal causa para o fenômeno de mudança de clima com seca severa na Amazonia.
De acordo com a secretária, os eventos extremos provocados por essas mudanças climáticas mostram que não basta apenas mitigação e adaptação, mas é necessário também ter recursos para reconstruções.
“Tem o custo da mitigação. Tem o custo da adaptação das cidades brasileiras, da infraestrutura, da energia, da agricultura. Mas a gente já está vivendo o custo das perdas e danos”, destacou Ana Toni. “Nesse desastre, que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul, provavelmente vai precisar de algo entre R$ 50 bilhões e R$ 100 bilhões [para reconstrução do estado]”.
Com informações do Governo do Amazonas