Na audiência realizada nesta quarta-feira, 9, na Comissão de Segurança Pública do Senado com o ministro da Justiça e Segurança Ricardo Lewandowski, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) disse em sua intervenção que tudo o que foi dito pelo ministro sobre integração das polícias “é um conjunto de lugar comum que permeia a segurança há décadas.”
“De concreto”, disse Vieira, “em 2024 o governo reduziu o valor do fundo penitenciário e o valor do Fundo Nacional de Segurança Pública, e o relator do orçamento reduziu ainda mais.”
“Sem orçamento, ministro, é só discurso,” disse o senador, falando ainda da preocupação com a assimetria da força de segurança nacional com as estaduais. “Não ter uma polícia única é um problema; vamos identificar isso ainda mais com o debate da PEC da Segurança.”
Alessandro Vieira disse ainda que o país está tomado por dezenas de cidades ocupadas por facções criminosas, e que para enfrentar o problema é preciso o emprego da força.
“Não existe retomada de território sem o emprego da força, não existe isso. Vamos fazer a retomada do território de que forma? Eu vejo que esse é um tema que não conta com interesse político deste e de vários governos,” declarou.
A integração das forças de segurança passa também, opinou o senador, pelo envolvimento das forças armadas, notando não ter identificado no plano da segurança essa integração na fronteira.
O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse também que o Estado tem de usar a repressão, que há muita conversa, se exigindo ação dura contra o crime organizado e contra a violência em geral.
A PEC da Segurança Pública não chegou a ser debatida na Comissão, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que declarou ser a segurança pública um tema que não deve ser tratado com viés ideológico e partidário. Haverá momentos para o debate sobre a proposta do governo, definida pelo ministro como uma “tentativa de reorganizar o jogo para que tenhamos uma nova partida.”