Depois de tanto tempo, com o uso e abuso dessas emendas de forma desavergonhada e escandalosa, inclusive uso eleitoral a que o ministro Alexandre de Moraes e toda a Corte fecharam os olhos preferindo censurar setores do jornalismo, o Supremo Tribunal Federal (STF) coloca em pauta na semana que começa – julgamento previsto para 7 de dezembro – as ações patrocinadas por ao menos três partidos políticos (PSOL, Cidadania e PSB) em junho do mesmo ano. É a chamada ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental).
Relatório produzido por auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) ao julgar a prestação de contas de Jair Bolsonaro do ano de 2020 é irretocável, deixando evidenciado com fartura de provas que a modalidade emendas RP-9 é inconstitucional. O STF só não faz gol se não quiser, e Rosa Weber, hoje presidente da Corte e relatora da matéria, já segurou muito este julgamento.
Rosa Weber pediu e deu prazo para o Congresso informar critérios e divulgar lista de beneficiários das emendas mas isso jamais foi cumprido. Existem evidencias fundamentadas de que o orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, à época dirigido por Rogerio Marinho, bolsonarista eleito senador, foi totalmente sequestrado pela turma de Lira. Grande parte dos valores das emendas foram para compra superfaturada de tratores.