Pesquisar
Close this search box.

Votação da ‘PEC Kamikaze’ na Câmara é adiada por quórum baixo

Aprovada no Senado em 30 de junho, a PEC teve sua tramitação acelerada na Câmara por meio de manobras regimentais.
Presidente da Câmara, deputado Arthur Lira. Foto: Agência Câmara.

Votada no Senado até pela oposição, na Câmara os opositores de Bolsonaro tentavam adiar a matéria; o governo tem pressa para pagar os benefícios, como o Auxílio Brasil de R$ 600, bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil e bolsa-taxista de R$ 200, a pouco menos de três meses do 1.º turno da eleição.

 Iander Porcella, O Estado de S.Paulo

07 de julho de 2022 | 10h26
Atualizado 07 de julho de 2022 | 20h18

BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), suspendeu nesta quinta-feira, 7, a sessão do plenário que votaria a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) “Kamikaze”, que concede uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição e decreta estado de emergência no País.

A análise da proposta em primeiro turno ficou para a próxima terça-feira, 12. Lira argumentou que não arriscaria votar a PEC com quórum baixo. No momento do anúncio do adiamento, 427 deputados marcavam presença. O adiamento é uma derrota do governo e uma vitória para a oposição, que tentava postergar a aprovação da proposta.

 Articulada pelo Palácio do Planalto com a base governista no Congresso, a PEC aumenta o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 por mês e concede uma bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil mensais, entre outras benesses, com um custo total de R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.

Aprovada no Senado na última quinta-feira, 30 de junho, a PEC teve sua tramitação acelerada na Câmara por meio de manobras regimentais. O governo tem pressa para pagar as benesses, a pouco menos de três meses do primeiro turno da eleição. A Câmara chegou a fazer hoje uma sessão deliberativa que durou um minuto. O objetivo foi contar o prazo necessário para abrir a reunião da comissão especial, que aprovou a PEC nesta tarde, antes de a matéria ir ao plenário.