A colunista Eliane Catanhede informa no jornal O Estado de São Paulo desta segunda-feira, 29, que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi exonerado, na verdade.
A crise entre ele e o presidente Jair Bolsonaro teria se agravado por causa dos “sucessivos vexames,” diz a colunista, causados pelo general da ativa Eduardo Pazuello no comando da Saúde.
Tudo teria deteriorado de vez quando o presidente, na sua sempre maneira de falar como se as instituições existissem para lhe servir, disse que “o meu Exército” não iria para as ruas “obrigar o povo a ficar em casa.”
Segundo a colunista do Estadão, devem também entregar os cargos os comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, e da Aeronáutica, brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez. Enquanto o ministro apresentava uma nota à imprensa anunciando sua saída do cargo, os três comandantes se reuniram para tomar uma posição conjunta.
Segue na íntegra texto da jornalista:
A relação entre Bolsonaro e Azevedo Silva vinha se deteriorando havia meses e na semana passada o ministro avisou aos comandantes e a assessores diretos que estava se tornando insustentável. No domingo, a gota d’água foi uma entrevista do chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército, general Paulo Sérgio, ao jornal Correio Braziliense, comparando as ações efetivas do Exército na pandemia ao desastre produzido por Bolsonaro. O índice de letalidade por covid na população é de 2,5%, no Exército fica em 0,13%.
Na expectativa do Planalto, a Defesa e o Comando do Exército deveriam ter tomado alguma atitude, repreendido de alguma forma o general, que, inclusive, defendera a Organização Mundial da Saúde (OMS), o isolamento social, o home office, as máscaras e as vacinas, sem uma única manifestação de aprovação ao uso da cloroquina ou do “tratamento precoce” propagandeado pelo presidente.
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