Angelim-vermelho de 400 anos de idade é ameaçado pelo desmatamento, que em novembro cresceu 23% na Amazonia.
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou no dia 20, terça-feira, o índice de desmatamento na Amazônia para o mês de novembro, por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), estudo que desenvolve desde 2008.
O desmatamento avançou 23% no mês, atingindo 590 km², o equivalente à cidade de São Luís, capital do Maranhão. Os pesquisadores apontam ser o pior resultado para o mês desde quando foi iniciado o SAD.
Quase a metade da derrubada do mês ocorreu no Pará; o Estado perdeu 276 km² de floresta, 47% do total. Em segundo lugar ficou Mato Grosso, com 82 km² de floresta destruídos (14%) e o Amazonas em terceiro, com 66 km² de florestas devastadas (11%).Somados, apenas esses três estados somam 72% de toda devastação na Amazônia Legal.
O Imazon e pesquisadores do Amapá que desenvolvem o projeto Arvores Gigantes da Amazônia destacam a situação grave do Pará. A Floresta Estadual do Paru, região norte do Estado, é um santuário de angelins com mais de 70 metros de altura, e os dados mostram ser a terceira unidade de conservação mais desmatada na Amazonia em novembro.
É lá que está localizada a maior arvore da América Latina, um angelim-vermelho de 400 anos de idade, 88,5 metros de altura e quase 10 metros de circunferência. É a quarta maior arvore do mundo – a primeira está nos Estados Unidos. Sua altura equivale a 2,5 vezes a estátua do Cristo Redentor ou um prédio de 30 andares. Ele foi descoberto recentemente, em setembro, e o avanço da devastação da unidade de conservação, constatado em novembro, ameaça sua existência e demais árvores do local.