O diretor de Segurança da Câmara, Adilson Paz, disse ao Globo acreditar que os golpistas que invadiram o parlamento teriam passado por algum tipo de treinamento antes de invadirem as sedes dos três Poderes.
Em 26 anos de atividade, responsável pela Polícia Legislativa que tentou conter os golpistas, Adilson cita, por exemplo, que tanto o preparo para lidar com bombas de como o conhecimento prévio dos locais que deveriam atacar para causar danos maiores são evidências que devem ser investigadas.
“Participei da linha de frente da Polícia Legislativa durante as manifestações de 2013, por exemplo, e posso garantir que a grande diferença entre os dois atos é que desta vez o grupo de invasores era treinado,” afirma ele ao Globo.
“Nunca vi algo parecido em termos de planejamento. Eles aguentaram o confronto por três horas e usaram técnicas, como pegar as nossas mangueiras anti-incêndio para lavar os rostos após inspirarem gás,” disse.
O chefe da Polícia Legislativa diz que os extremistas indicavam saber para onde transitavam, conheciam os corredores e buscavam atalhos para chegar aos locais que seriam alvos de destruição.
Segundo ele, os extremistas sabiam onde ficavam as centrais elétricas e telefônicas, que foram danificadas. Tentaram destruir a central de monitoramento também.
O momento mais tenso do confronto ocorreu durante a tentativa de incendiar a Câmara, segundo Adilson Paz. Neste momento, a brigada de bombeiros da Casa foi acionada e agiu rápido, evitando uma tragédia maior.
Segundo O Globo, oito policiais legislativos ficaram feridos durante a invasão. Ainda de acordo com o diretor, a Casa ofereceu acompanhamento psicológico e psiquiátrico para que os agentes possam lidar com o episódio.