Nova ações do Movimento dos Sem Terra (MST) levaram a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a se manifestar na terça-feira, 18, reforçando a urgência de análise do pedido de liminar protocolado no último dia 12 no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir invasões em propriedades do país.
Na última semana, o MST invadiu sedes do Incra, fazendas e até uma área de pesquisa em genética da Embrapa em Pernambuco. Desde o começo das invasões do chamado “Abril Vermelho,” anunciada por João Pedro Stédile, integrante da comitiva de Lula a China, o movimento já realizou atos em 18 estados.
Conforme o diretor-jurídico Rudy Ferraz, invasão é crime e viola o direito de propriedade. “Nossa expectativa é de que o STF analise a medida cautelar para que possamos restabelecer o estado democrático de direito.” A entidade do agronegócio reúne federações de agricultores e pecuaristas de todo o País.
Ao Estadão,o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, disse que as ações recentes do MST mostram que “vive-se um paradoxo no Brasil”: apesar de o País ter “um agro dinâmico, globalmente competitivo e relevante”, de aproximadamente “5 milhões de propriedades rurais existentes no Brasil, 3,2 milhões estão completamente fora do jogo do agro moderno, com baixa produtividade”.
Hartung disse ainda ser visível que o MST perdeu tração nos últimos anos. “A sociedade mudou muito nas últimas duas décadas e já não tolera mais este tipo de atitude.”