Seca nos rios Madeira e Solimões pode reduzir em 40% capacidade de transporte

Politicos e autoridades se reunem na terça-feira, 26, para discutir estratégias para reduzir problemas da estiagem.
Estiagem em trecho do rio Madeira. Foto: Defesa Civil AM.

Políticos estão se mobilizando para um encontro na terça-feira, 26, no Ministério de Portos e Aeroportos e Ministério dos Transportes para tratar da seca que atinge os rios do Estado do Amazonas e de Rondônia, respectivamente o Solimões e Madeira. Está prevista a participação dos governadores Wilson Lima (Amazonas) e coronel Marcos Rocha (Rondônia).

No X (ex-Twitter), o senador Omar Aziz (MDB-AM) disse que toda a bancada do Estado está mobilizada para a reunião.

A preocupação maior das autoridades é com a redução da capacidade de transporte na região amazônica devido à seca sem precedentes nesses rios.

Essa capacidade pode ser reduzida em até 40% em apenas duas semanas. Serão apresentadas algumas medidas estratégicas já em andamento para combater a crise.

O abastecimento de água também é preocupante. Na cidade de Porto Velho, abastecida pelo rio Madeira, a empresa de distribuição de água, Caerd, já anunciou contenção de fornecimento devido à seca, com pedido à população para que economize água.

Segundo a Agência Nacional de Águas (Ana), o Madeira é um dos principais rios do Brasil e o mais longo e importante afluente do rio Amazonas. No mundo, é um dos cinco rios mais caudalosos e o 17º mais extenso (3.240 km). Além disso, é um dos principais da América do Sul: sua bacia hidrográfica possui 125 milhões de hectares.

Com denominações diferentes, o rio Madeira banha três países: Brasil, Bolívia e Peru. Além da importância ambiental, ele é essencial para a economia de muitas regiões, pois tradicionalmente proporciona a pesca, o transporte hidroviário e, em suas margens, o plantio de diversos produtos agrícolas.

Seu trecho navegável é de aproximadamente 1.345 km entre Porto Velho e a foz do rio Amazonas. O Madeira é um importante canal de integração e comércio da região Norte pois permite a movimentação de pessoas e cargas entre Rondônia, Mato Grosso e Amazonas, e, no interior desses Estados, entre localidades ainda não atendidas por rodovias.

Em Benjamin Constant/Tabatinga, no Solimões, já foram realizados estudos iniciais que levaram à declaração de emergência. Recursos foram reservados, e os órgãos aguardam os últimos trâmites para a publicação do contrato de dragagem na região, prevista para ocorrer até o início de outubro.

Madeira com a cota baixa

O rio Madeira – que abriga as mega hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau – atingiu a cota de 1,44 metro na 5ª feira (21/9), informou o G1. A medição é a menor já registrada desde que o nível do rio começou a ser monitorado.

Segundo especialistas, a estiagem, comum nesta época do ano na região, está sendo agravada pelo aquecimento das águas dos oceanos Atlântico Tropical Norte, logo acima da linha do equador, e do Pacífico Equatorial, este último devido ao atual El Niño.