Guajajara intriga povos indígenas com produtores rurais

O Ministério Público, a Justiça, o Ministério de Guajajara e ONGs protelam o quanto podem, excedendo-se no uso das armas de que dispõem, para impedir a instalação de usina de potássio.
Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indigenas. Foto: Vinicius Loures.

A Folha de São Paulo publica matéria na qual a ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara diz que o empreendimento para exploração do potássio em Autazes (AM) é “de total interesse dos grupos ruralistas” que são “contrários às pautas indígenas.”

Do jeito que a ministra se expressa é mais uma oportunidade que ela encontra para gerar intriga e divisão no Brasil, o que faz com outros membros do governo muito bem, em nada colaborando para o crescimento e desenvolvimento do país.

Não, ministra, a exploração de importante reserva de potássio em Autazes é de interesse da economia e do desenvolvimento do Brasil, não apenas dos produtores rurais, pejorativamente chamados de ruralistas.

Usado para produção de fertilizante, insumo do qual o Brasil depende totalmente de importação, o potássio de Autazes está no centro de uma disputa que já dura sete anos, sem que a empresa Potássio Brasil tenha conseguido iniciar a exploração.

O Ministério Público, a Justiça amazonense, o Ministério de Sonia Guajajara e organizações não governamentais protelam o quanto podem, excedendo-se no uso das armas de que dispõem, para impedir a instalação da usina.

Existem comunidades indígenas na região, e no último capítulo de uma conflitosa caminhada para colocar o empreendimento em pé, 34 de 36 aldeias dos indígenas Mura aprovaram a instalação da usina de beneficiamento do potássio.

Sônia Guajajara dispara contra o projeto que trará emancipação do agronegócio e garantirá soberania e segurança alimentar para o Brasil, dizendo que existem na região um processo de coação, manipulação, intimidações e pressões indevidas que o povo mura vem sofrendo, “conforme constataram o Ministério Público Federal (MPF) e a justiça.”

Não foi o que disse o Tribunal Regional Federal da 1ª região. Ela diz que não se observa a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a consulta livre, prévia e informada aos povos indígenas, o que não é verdade.

Segundo a Folha, a Potássio do Brasil, responsável pelo projeto, disse que o empreendimento tem aprovação de mais de 90% do povo mura.

“Qualquer exigência fora das regras estabelecidas é descabida chicana para alterar o resultado e interferir, de forma indevida, na vontade dos indígenas”, afirmou.

Na nota enviada ao jornal, a Potássio Brasil disse também que transformar mecanismos de proteção social do projeto, amplamente conhecidos, em lances secretos de uma conspiração econômica contra indígenas é uma ação que vai contra a proteção do meio ambiente, a independência e o desenvolvimento econômico e social dos indígenas e o desenvolvimento e independência do Brasil.

No começo desta semana, na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, o presidente da Potássio Brasil Adriano Espeschit detalhou o projeto e os investimentos que irão beneficiar os indígenas da região, como a restauração de estrada para escoar produção agrícola de comunidades que produzem farinha e mandioca, linha de transmissão de energia para 200 mil pessoas e outros benefícios.

O empreendimento irá reduzir a dependência do Brasil de fertilizantes importados (o chamado NPK, nitrogênio, fosfato e potássio) que chega a 90% atualmente.

No governo, o vice-presidente Gerlado Alckmin, ministro da Indústria e Comércio, e o ministro da Agricultura, Carlos Favaro, atuam pela implantação da usina da Potássio Brasil.