Com o compromisso de o governo federal ajudar o Rio Grande do Sul a reconstruir estradas do Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste domingo, 5, ser “preciso que a gente pare de correr atras de desgraça.”
Lula, na reunião em que levou mais de 10 ministros para tratar da catástrofe das chuvas que atingiram 334 dos 497 municípios do Estado, lembrou que logo ao assumir o governo o Rio Grande do Sul já enfrentou uma seca, o que para ele foi uma surpresa.
“Eu achava que era uma coisa só do Nordeste, do sertão nordestino. Depois tivemos na região do Taquari a enchente, e pensava ser a maior do Rio Grande do Sul, e agora está provado que é sempre possível acontecer alguma coisa pior. É preciso que a gente pare de correr atras de desgraça,” disse o presidente, mencionando ter levado Maria Silva na comitiva “porque é impossível discutir a situação do clima sem a presença dela.”
Ao lado do governador Eduardo Leite disse: “Não fique preocupado que o governo federal, através do Ministério dos Transportes, vai ajudar a recuperar as estradas estaduais.”
“O Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul. Na questão da agricultura, se não fossem os pequenos agricultores que foram para Mato Grosso, Rondônia, possivelmente não teríamos a pujança que temos hoje no campo. Fizeram a revolução agrícola junto com a Embrapa tanto o pequeno quanto o grande produtor rural. O povo gaúcho tem um viés de gostar do trabalho no campo, a gente deve muito ao Rio Grande do Sul,” disse.
O presidente do TCU, Bruno Dantas, lembrou da época da pandemia em que a instituição colaborou para a redação da emenda constitucional de tratamento emergencial à Covid, permitindo que Estados pudessem contratar com agilidade, se colocando a disposição para a tarefa de definir uma excepcionalidade para o Estado gaúcho.
Estamos numa guerra
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, penúltimo a falar, antes do presidente da República, disse que “para além da fotografia,esta reunião tem o compromisso republicano de união em torno da reconstrução de um Estado que vive uma catástrofe.”
‘Nós estamos numa guerra, e numa guerra de fato não há limitações, restrições legais de tempo comum, há necessidade de se retirar da prateleira e da mesa a burocracia, as traves, as limitações. Fizemos isso na pandemia com inúmeras medidas legislativas excepcionais. Até o parlamento funcionou de maneira virtual para dar respostas à sociedade,” disse Pacheco.
Rodrigo Pacheco disse ainda que “no momento medidas práticas da União, do Governo do Estado e do Congresso Nacional são exigidas pela sociedade,” citando algumas ações que podem ser adotadas a partir de agora.
Entre elas a liberação de emendas parlamentares prioritariamente para deputados e senadores do Rio Grande do Sul; políticas dos ministérios focadas para o governo gaúcho e a definição de uma emenda à Constituição para que os entes façam com segurança jurídica as ações necessárias e urgentes que a população precisa.
Base aérea de Canoas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; do Senado, Rodrigo Pacheco; e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, desembarcaram na Base Aérea de Canoas (RS) neste domingo, 5. Apos deixarem a Base Aérea, o presidente, Pacheco, Lira e o governador Eduardo Leite sobrevoaram de helicóptero o centro de Porto Alegre.
Comitiva presidencial
Segundo a Agência Brasil, os seguintes ministros desembarcaram no Estado: Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais).