Governo contesta alta de 40% em desmate na Amazônia

Sistema de detecção em tempo real, o Deter fez alertas em que aponta alta de 40%.

Giovana Girardi, O Estado de S. Paulo

O período em que a taxa anual do desmatamento é medida se encerrou na ultima quarta (de 1.º de agosto de um ano a 31 de julho do ano seguinte), e dados de alertas disponíveis pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em seu site indicam que a perda da vegetação este ano pode ter sido bem maior que no ano anterior.  A informação é do jornal “O Estado de São Paulo”.

Sistema de detecção em tempo real, o Deter fez alertas em que aponta alta de 40% ante o mesmo período do ano anterior. Os satélites observaram uma perda até quarta-feira de 5.879 km² da floresta, ante 4.197 km² entre 2017 e 2018, considerando somente o desmatamento com solo exposto.

O governo Jair Bolsonaro reconheceu, após passar quase duas semanas dizendo que os dados do desmatamento da Amazônia são mentirosos, que está alta a  taxa, mas considera que os números que vieram a tona nos últimos dias estão equivocados.

Os valores começaram a subir mais do que nos últimos anos a partir de maio. Julho, segundo o Deter, trouxe a maior perda em um mês desde 2015. Até quarta, o desmatamento observado foi um valor 212% mais alto que julho de 2017, totalizando 1864,2 km².

É mais do que a área da cidade de São Paulo, que tem cerca de 1.500 km². Considerando essa medida, o agregado do ano é de 6.443 km², contra 4.572 km² no ano anterior.

O Deter fornece dados diariamente ao Ibama e às secretarias estaduais de Meio Ambiente para orientá-las na fiscalização. O sistema observa situações como desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação, limpeza para mineração, degradação. Considerando os três primeiros pontos, que realmente indicam a perda da floresta, o chamado corte raso, chega-se a esses números de julho.

Mais rápido, porém com resolução menor, o Deter funciona como indicador do que um outro sistema, o Prodes, deve mostrar até o fim do ano. Este sim é o monitoramento que fornece a taxa anual oficial da perda da vegetação na Amazônia.